Quem sou eu

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Sou um simples dentista que desde 2000 viajo pela Europa. Nao me pergunte o porque de so Europa. Fui uma vez, duas e se nao me engano já fui 10 vezes, oque me da certa liberdade para tentar ajudar quem está indo pela primeira vez ou está indo de novo.

PRÉ PLANEJAMENTO

PRÉ PLANEJAMENTO - Objetivo, parceria,clima ,dinheiro, trocando dinheiro,trabalhando e pechichando



Sua viagem já começa no planejamento - ou mesmo no pré-planejamento. Esta é a fase em que você ainda está pensando se vai (pensando no que, viajante?). Algumas questões são pertinentes a isso.


OBJETIVO DA VIAGEM -
Por que ir
Queira você ou não, toda viagem tem um objetivo: fazer turismo, estudar, estagiar, trabalhar, viver. Sair pelo mundo com um ideal tem sido um dos grandes prazeres do homem moderno. Tire um mês de férias ou um ano de "licença-juventude" (e não interessa a sua idade) e faça a sua viagem. Explore regiões ou países de acordo com o seu tempo, orçamento e interesses particulares.

Estudo
Conciliar viagem com estudos é unir o útil ao agradável - e elevá-lo à décima potência. É possível terminar ou continuar o 2º ou o 3º grau no exterior agregando uma série de valores. Informações podem ser levantadas junto à sua universidade que, muito provavelmente, deve ter um departamento de assuntos internacionais ou algo similar (muitas mantêm convênios com universidades estrangeiras). Ou, no caso de intercâmbio escolar, consulte agências de viagem especializadas em turismo estudantil.

Melhor ainda se puder ganhar uns trocados, adquirindo, além da já suficiente bagagem de vida, experiência profissional. Neste caso, com um estágio no exterior. E há para todos os campos, apesar de estudantes das áreas técnicas e biomédicas serem ligeiramente favorecidos. Os estágios devem sempre ser providenciados no Brasil e muitos órgãos e empresas exercem esse tipo de atividade.

Mais fácil e comum é estudar o idioma local. Inglês, espanhol, alemão, francês e italiano são as línguas mais valorizadas em nosso mercado de trabalho, com escolas para estrangeiros pipocando por Londres, Madri, Berlim, Paris e Roma. Mas cuidado: existem escolas e escolas, e obter informações prévias sobre as mesmas é sempre aconselhável. (Nada, é claro, que depois de matriculado não possa ser resolvido com uma troca de escola).

Detalhe importante para quem vai com o objetivo de aprender o idioma somos nós mesmos - irmãos brasileiros. Estar lá fora, festiar e conviver com nossos conterrâneos é muito bom, mas muito possivelmente retarde o aprendizado da língua. Infiltrar-se mais na vida do país, além de facilitar uma proximidade maior com a sua cultura, favorece uma fluência mais eficaz. Uma alternativa aos grandes centros citados são pequenas cidades do interior, ou mesmo adjacentes, longe o suficiente para ficar rodeado basicamente por nativos e perto o bastante para aproveitar as maravilhas do cosmopolitismo ocidental, incluindo, quem sabe, uma inevitável festinha brasileira. Aos mais alternativos, há também opções de ensino para estrangeiros de dinamarquês, sueco, norueguês, tcheco, russo, holandês, polonês, húngaro e, se você procurar, até mesmo do sisuati.

Muitas agências de viagem são especializadas em cursos no exterior. Outra boa possibilidade é você viajar por conta própria e matricular-se no país em questão. Todas as capitais européias, além de muitas outras cidades de cada país, oferecem o ensino do seu idioma para estrangeiros - e com possibilidades de preços bem menores do que os de escolas que têm suas brochuras nas agências de turismo do Brasil. Aí é um peitaço que você e seu bolso decidem.


Trabalho
Trabalhar no exterior é uma possibilidade a ser considerada, principalmente para quem pretende ficar mais tempo. Aos descendentes de europeus que tenham condições de obter um passaporte da União Européia, o continente estará de braços abertos para você exercer qualquer atividade profissional. É só uma questão de procurar. Aos mortais que têm unicamente o valorizado passaporte verdinho, trabalhar em qualquer país europeu é, genericamente, ilegal. No entanto, é possível adquirir uma permissão de trabalho temporária. Em muitos países, como na Inglaterra por exemplo, estudar, tendo um visto de estudante, permite trabalhar meio-turno, ou part-time (full-time em período de férias escolares).

Claro, não é impossível trabalhar sem a permissão do governo local. Sempre há restaurantes precisando de garçons, cozinheiros e lavadores de pratos; casas, de babás e cleaners; hotéis, de chambers e recepcionistas, além de outras dezenas de opções, passando da construção civil e entrega de revistas à colheita de moranguinhos e pesca da lagosta. Tudo absolutamente ilegal. Sim, sentimos muito em ser tão realistas, mas saiba que trabalhar sem permissão é crime. Aos que são pegos, a penalidade, conforme o país e a sua própria sorte, pode variar de uma simples advertência (àqueles realmente bons de desculpa), à multa, prisão (yeah, acontece) e/ou deportação. Muita gente corre o risco e acha que vale a pena. A experiência vale, com certeza. O stress (ou não), por trabalhar na clandestinidade, é com você.

Para todos os demais
Enfim, outros estão apenas preocupados em viver. Viajar, conhecer pessoas, lugares, culturas. É mais do que o suficiente. É uma experiência de vida inesquecível e, ainda que não se tenha outro real objetivo, muitos benefícios agregados estarão por vir. É só uma questão de botar o pé lá fora.


PARCERIA
Com quem viajar
Existem duas opções: ou se viaja sozinho ou se viaja acompanhado (se alguém souber de uma terceira, nos avise). Entre vantagens e desvantagens, cada uma destas "práticas" tem seus entusiastas.

Quem viaja sozinho está mais receptivo à cultura local, conhecendo gente, fazendo novas amizades. Por certo, praticará mais o inglês e/ou a língua nativa e, na real, é o mais aconselhável para quem viaja com esta intenção. Não raro, encontramos muitos brasileiros que, apesar de estarem no exterior por semanas ou meses, foram totalmente incapazes de se aperfeiçoar em qualquer idioma - conviveram quase que exclusivamente com brasileiros, apesar de estarem em Londres ou Florença. Viajantes solitários são donos absolutos de seus horários. Fazem seu ritmo de viagem, determinam o seu roteiro e mudam planos sem aviso prévio e sem risco de brigas. E, sem grandes dificuldades, encontram, se assim desejarem, parceiros de viagem, brasileiros, inclusive (há muitos e muitas viajando desacompanhados), entre cidades, albergues e jornadas de trem.

Viajar com um/a amigo/a ou namorado/a é uma verdadeira prova de fogo - quase um casamento. O seu melhor amigo em Belo Horizonte pode não ser a companhia ideal em Paris. Considerando uma perfeita ou satisfatória harmonia, no entanto, um parceiro de viagem traz mais segurança. É a certeza de sempre ter alguém para compartilhar opiniões e uma boca (e bolso) para rachar o lanche do supermercado. Nunca é tão bom estar com alguém quando, por azar, se adoece. Entretanto, você pode implorar para estar sozinho se os dois estiverem divergente e inconciliavelmente saudáveis.

A questão é: se você tem um ou mais parceiro/a/s querendo ir junto, legal, mas é interessante que os dois, ou três ou onze conversem antecipadamente sobre as expectativas da viagem, colocando-se bastante à vontade para o caso de uma natural separação. Se a sua história é o oposto, o que talvez seja o mais comum, pois nem sempre nosso amigo de estimação tem o tempo e o dinheiro coincidente com o nosso, vá e aproveite o que uma viagem sozinha proporciona. Por certo, não faça disto a justificativa para a sua permanência vendo TV em casa por mais um ano em sua vida.

CLIMA

  - Quando viajarVocê sabe: quando no Brasil é verão, é inverno na Europa - e vice-versa. E se você está preocupado com esta última estação, ok, não vamos mentir, especialmente se você mora acima de São Paulo: o inverno europeu é rigoroso. Mas bem agasalhado você deve sobreviver. Uma paisagem de neve também tem seu valor - ainda que você possa viajar dias sem que caia um mísero floquinho, e ter chuva no lugar. As noites são mais longas e, se você realmente tem ojeriza ao frio, evite esta época. Porém, se os meses entre dezembro e fevereiro forem o seu único período disponível, pegue um bom e confortável casaco, botas ou sapatos impermeáveis e divirta-se tomando chocolates quentes e capuccinos nos cafés europeus, que, para sua despreocupação, têm infalíveis sistemas de calefação, tal como hotéis, albergues e todos os estabelecimentos comerciais e de serviços.

O verão, por outro lado, pode ser muito quente, especialmente no sul da Europa, na região do Mediterrâneo. E prepare-se: em julho e agosto você não vai estar sozinho. Se você tem alergia a multidões de turistas, definitivamente essa estação não é a sua temporada. Caso forem, porém, estes os seus únicos meses livres, trate de aproveitar o sol lagarteando em piqueniques nos parques e fazendo mais um monte de coisas - afinal, também será horário de verão e os dias são mais longos, quando museus e atrações fecham mais tarde.

Se você é um dos afortunados que tem condições de escolher o período da viagem, nada melhor do que a meia estação: abril/maio e setembro/outubro. Nem muito frio, nem muito quente. Menos turistas. Hotéis, albergues e trens vazios, eventualmente dispensando reservas. E, de quebra, preços mais baixos e até negociáveis. Mas não se preocupe. Independentemente da época em que for à Europa, você vai aproveitar.

Temperaturas médias (ºC) das capitais (exceto Zurique) européias


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Amsterdam/HOLANDA 3 4 7 11 15 18 20 20 17 13 8 5
Atenas/GRÉCIA 12 13 15 19 24 30 33 33 29 23 18 14
Berlim/ALEMANHA 1 2 6 11 16 19 21 20 17 11 6 2
Bruxelas/BÉLGICA 3 5 8 12 16 19 20 20 19 13 8 5
Budapeste/HUNGRIA 0 3 7 15 20 23 25 25 20 14 7 3
Copenhague/DINAMARCA 1 1 4 9 14 18 20 19 16 11 7 4
Dublin/IRLANDA 8 8 10 13 15 18 19 19 17 14 10 8
Edimburgo/ESCÓCIA 3 3 5 7 10 13 14 14 13 10 6 4
Estocolmo/SUÉCIA -2 -2 1 6 12 17 20 19 14 8 4 1
Helsinque/FINLÂNDIA -3 -4 0 6 14 19 22 20 15 8 3 -1
Lisboa/PORTUGAL 14 15 17 20 22 25 27 28 26 22 17 15
Londres/INGLATERRA 5 6 9 11 15 18 20 20 17 13 9 7
Luxemburgo/LUXEMBURGO 3 4 10 14 18 21 23 22 19 13 7 4
Madri/ESPANHA 8 9 12 15 19 24 28 27 23 17 11 8
Oslo/NORUEGA -3 -2 2 7 14 18 20 18 14 8 2 -1
Paris/FRANÇA 5 6 10 14 17 21 22 22 19 14 9 6
Varsóvia/POLÔNIA 0 0 6 12 20 23 24 23 19 13 6 2
Praga/REP. TCHECA -1 0 5 10 16 19 21 20 16 10 4 0
Roma/ITÁLIA 10 12 15 18 22 27 29 28 25 20 15 11
Viena/ÁUSTRIA 0 2 6 13 17 21 23 23 18 12 6 2
Zurique/SUIÇA 1 3 7 12 16 20 23 23 19 12 6 2

Número de dias chuvosos de capitais européias

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Amsterdam/HOLANDA 18 14 11 12 11 11 13 13 13 15 16 16
Atenas/GRÉCIA 8 7 6 5 4 3 1 1 2 3 6 7
Berlim/ALEMANHA 11 11 9 9 9 9 11 11 9 9 10 11
Bruxelas/BÉLGICA 12 11 11 11 10 10 10 10 11 11 12 13
Copenhague/DINAMARCA 10 9 8 8 8 8 10 11 9 10 10 11
Dublin/IRLANDA 13 12 10 11 11 11 13 13 12 12 12 13
Estocolmo/SUÉCIA 9 9 7 6 8 7 9 10 9 9 10 10
Helsinque/FINLÂNDIA 10 12 8 8 8 8 9 11 11 11 11 11
Lisboa/PORTUGAL 10 9 11 9 7 5 1 1 4 6 10 10
Londres/INGLATERRA 16 14 11 13 13 12 12 12 13 14 16 16
Madri/ESPANHA 9 9 9 8 7 6 2 2 5 6 9 8
Oslo/NORUEGA 8 8 6 6 7 8 11 11 9 10 11 11
Paris/FRANÇA 14 13 12 11 11 11 11 11 10 12 13 14
Roma/ITÁLIA 8 10 7 7 7 5 2 3 6 7 9 10
Viena/ÁUSTRIA 8 8 8 8 9 9 9 10 7 8 8 9


Dinheiro - Quanto levar e como economizar
"Quanto vou gastar em minha viagem?" Resposta: 34 euros por dia. Pronto, próxima pergunta.

Calma, brincadeirinha. Não que não se possa gastar 34 euros ao dia numa viagem, o valor é até bastante factível, mas a verdadeira resposta é que não existe uma resposta definitiva; gastos são muito relativos (magoamos você? Não, né? No fundo você sabia disso).

Mas ainda assim você quer números, você precisa de números... Bom, então vamos lá. Tradicionalmente calcula-se para uma viagem sem luxo na Europa 50 euros ao dia, fora passagem de avião e um eventual passe de trem. Consumistas podem gastar mais - e muito mais. Econômicos podem gastar menos - e bem menos. Os 34 euros chutados acima, que poderiam ser 42, ou 57, ou 79, ou 12 euros, ou um pouco mais, ou menos ainda, são médias de gastos - todas definitivamente baixas, e pressupondo esforço para isso - que podem ser alcançadas com a combinação de uma série de variáveis.

Na prática, em viagens racionais (ou seja, comendo e dormindo) economiza-se na Europa:

VIAJANDO
- ...em baixa temporada: Abril, maio, setembro e outubro oferecem preços menores, das tarifas aéreas a restaurantes, acomodações e atrações, podendo, inclusive, para brasileiros tradicionalmente brasileiros, serem negociados e pechinchados em países como Grécia, Espanha e Itália.

- ...em países tradicionalmente baratos: Alguns países são um pouco mais em conta, como Grécia e Portugal na Europa Ocidental. Você pode até se dar a pequenos luxos que normalmente não faria, exceto, é claro, em meses como julho e agosto, quando disputará uma mesa de bar com pencas de turistas europeus. República Tcheca, Hungria e Polônia também são bem mais baratos do que o resto do continente. O Leste Europeu capitaliza-se na proporção que seus preços sobem, e mais rapidamente em capitais como Praga e Budapeste. Longe de 10 anos atrás, quando um pobre backpacker trocava seu dinheiro no mercado negro e sentia-se um rico playboy, seus países - que ainda não aderiram ao euro, apesar de alguns já terem ingressados na União Européia - continuam a oferecer uma boa economia para o viajante, especialmente no interior. Na Europa Central, as melhores barbadas que você pode encontrar, não tanto quanto nos países citados, são na Espanha e no sul da Itália.

- ...de avião: Acredite, voar pode ser o meio mais barato de viajar dentro da Europa. Claro que não é regra, mas vale conhecer algumas companhias que, por meio de vôos sem serviço de bordo e com outras peculiaridades, oferecem passagens aéreas realmente econômicas. Veja mais a diante no tópico Transportes - Avião.

- ...com um passe de trem: Se você for circular pelo continente, por pelo menos 2 países, considere a compra de um passe de trem; pode ser mais vantajoso do que adquirir passagens (de trem) por trechos individuais. Se for viajar muito por um único país, existe provavelmente um passe exclusivo para ele ou para a região onde se encontra. Sair do Brasil com um passe de trem é também uma tranqüilidade financeira - no sentido de ser uma despesa que sabidamente você não terá durante a viagem. Mais adiante listamos algumas possibilidades de passes e as características do transporte ferroviário.

- ...de ônibus: Estando na Europa sem um passe de trem, o meio tradicional mais barato para viajar é o ônibus. Eurolines é a principal companhia internacional, cobrindo as mais importantes cidades do continente. Existe um passe de ônibus, tal como os de trem, a ser comprado por lá. Outros ônibus fazem trajetos regionais. Se efetivamente não são tão confortáveis quanto os trens, são quase sempre mais acessíveis quanto ao preço.

- ...de carro: Alugar um veículo é de fato mais barato se você estiver em grupo para dividir as despesas. No entanto, deve-se sempre considerar outros fatores além da própria locação (veja em Transportes - Carro), pesando os prós e contras de estar motorizado.

- ...pedindo carona: Bom, é um meio de locomoção, ainda que, você sabe, não totalmente seguro - e talvez não totalmente de graça. Além da possibilidade de ficar numa rua ou estrada de razoável movimento com o internacionalmente conhecido polegar levantado, no melhor estilo free-trip, existem agências de caronas que combinam motoristas com viajantes. Mais detalhes no tópico Transportes.

- ...com um guia de viagem: Somos suspeitos para dizer isso, ok, então não vamos falar para você levar o Guia Criativo para O Viajante Independente na Europa; mas é inevitável dizer que um guia otimiza sua viagem. Muita gente acha que não precisa, consegue viajar sem ele e etc. Com certeza consegue. O que estes livros se propõem é ajudar a evitar algumas perdas de tempo e boas roubadas (que podem realmente custar caro), da mesma forma que podem sair boas dicas e sugestões. Nada mais é do que a experiência de quem já fez isso antes. O preço de capa, por certo, será totalmente pago neste período em que você estiver fora. A questão é escolher um guia que feche com seu estilo de viagem.


DORMINDO
.
- ...em albergues: Considerando um sistema de hotelaria, albergue é a acomodação mais barata. Gasta-se, conforme o país e a época de sua viagem, de €12 a €18, sempre com exceções, para mais e para menos, casos de Inglaterra e Leste Europeu (veja nos itens de seus capítulos). Geralmente o café da manhã está incluído na diária e trazer seus próprios lençóis pode significar alguma economia. Mais detalhes sobre albergues em Acomodações.

- ...em campings: Acampar envolve uma estrutura de viagem para a qual você deve estar bem preparado, pois inclui barraca e saco de dormir, entre outras coisas. Sem entrar nestes detalhes, campings definitivamente são mais em conta e em alguns você até pode alugar a barraca. Em certos países, mais comum no norte da Europa, pode-se montar uma barraca em qualquer lugar, desde que a uma razoável distância de uma propriedade habitada. Não se esqueça, porém, de que viajar para tão longe com toda a logística necessária a um camping requer outros cuidados e gastos.

- ...com mais gente: Uma das vantagens (entre também desvantagens) de viajar em grupo é descolar um quarto único onde se paga pelo quarto, e não por cabeça, e aí rachar a diária entre todos. Existem bons e básicos hotéis que se tornam bastante acessíveis para 2 ou 3 pessoas, veja no tópico Acomodações - Hotel. Sozinho você acaba encontrando muita gente legal no meio da viagem e todos podem se organizar neste sentido. De certa forma, o sistema de albergues já faz isso pra você.

- ...no trem: Viagens noturnas onde se passa a noite no trem são uma ótima pedida para o bolso. Existem couchettes, ou cabines com colchões, mas você que está em low budget, ou com um orçamento limitado, vai ficar na tradicional segunda classe, certo? Dependendo do trem (normalmente os mais antigos), e com um pouco de sorte, você não terá com quem dividir o espaço (a baixa temporada ajuda neste sentido) e poderá puxar os assentos do seu banco, transformando-o numa bela caminha. Muita gente dorme em trem, e dorme bem. Experimente. Se não curtir, não vale a pena. Uma boa noite de sono pode não ter preço. Mas se dormir legal, aproveite. Significa de fato uma boa economia - de tempo, inclusive. Nesse caso, seu planejamento pode ser feito de modo a passar à noite viajando, ainda que numa seqüência geográfica isso possa parecer um roteiro ilógico, de ziguezague ou idas-e-vindas.

- ...em público: Isto é, em estações de trem, praças, praias... Não recomendamos por motivos óbvios. Muita gente até faz e é, de fato, uma economia, mas não é uma economia inteligente. Se, por alguma circunstância, você for obrigado a encarar essa (por todas as acomodações estarem lotadas, conexões de trem em horários noturnos, dinheiro a zero, ou zebras do gênero), tenha seus pertences num locker ou local seguro, ou tudo isso pode custar bem mais que o planejado. E trate de arranjar um lugar no mínimo "razoavelmente decente" para dormir a noite (ou o dia...) seguinte.

- ...na casa de amigos: Esta sim é uma verdadeira, confortável e segura economia. Com noites assim podemos reduzir ou compensar nossa cota de gastos. Claro, nem todo mundo é afortunado de ter seu ex-colega de colégio morando em Paris. Os duplamente econômicos e caras-de-pau podem ligar para o amigo do irmão da ex-namorada. E por que não? Se colar, colou...


COMENDO
.
- ...bem e barato: Dieta obrigatória para economizar não está com nada. Deixe para emagrecer em caminhadas. Passar fome enfraquece, você fica mais suscetível a doenças e, no fim das contas, pode ser uma economia cara e burra. Também deixa-se de conhecer o país por outra de suas riquezas culturais, a gastronomia. Para começar o dia, um bom café da manhã é indispensável. Albergues e hotéis normalmente oferecem isto, mas se você acredita que precisa de um reforço, não hesite. Seu breakfast é essencial para quem planeja uma longa jornada de caminhadas, museus e atrações. Daí pra frente, você pode balancear suas refeições com lanches em supermercados e restaurantes típicos. O importante é que se faça pelo menos mais uma outra boa refeição, como almoço ou jantar. Rangos bons e baratos podem ser feitos com criativos sanduíches de baguete (especialmente na França), fartos lanches de supermercados (com extensão em piqueniques em algum bom parque), zonas fora do eixo turístico, ou, talvez, pelo contrário, no mais turístico possível, quando um certo "tourist menu" pode ser uma boa pedida. Alguns albergues oferecem, à noite, pratos de valor acessível.

- ...em universidades: Uma das grandes barbadas para comer legal, sentado numa mesinha, com garfo e faca, e gastando pouco, são os restaurantes universitários. E a comida costuma ser muito boa - esqueça o RU ou bandejão de seu Campus no Brasil! Alguns têm acesso restrito aos estudantes locais, mas em outros pode-se entrar com a Carteira Internacional de Estudante, quando mesmo sem ela. Procure também por restaurantes nas proximidades, situados em bairros universitários: costumam ser mais baratos.

- ...em supermercados: Além da economia, somos partidários de que num país estrangeiro supermercado também é cultura.

- ...sua própria comida: Muitos albergues dispõem de cozinha para seus hóspedes, tornando esta, talvez, a melhor e mais econômica alternativa. Não deixe, porém, de experimentar a comida típica do país. Você pode até gastar um pouco mais por uma legítima paella espanhola ou goulash húngaro, mas lembre-se: isto faz parte da viagem e é, afinal, uma das razões de você estar ali.


LAZER
- ...em atrações com entrada gratuita: Para um bom viajante, lazer e diversão são tão importantes quanto comer e dormir, do contrário a viagem se tornaria sinônimo de sobrevivência. Museus, castelos, torres, palácios... Atrações que só encontramos naquele país. Se você realmente quer economizar, pode ver tudo isso sem gastar nada... pelo álbum de fotos de seu vizinho viajante no seu quintal em Aracaju. Seus passeios são seu investimento. Museus são verdadeiras aulas de história - e, para sua felicidade, há muitos com entrada franca. Outros podem oferecer ingresso livre em determinado dia da semana ou a partir de certa hora. Planeje - organize sua estada na cidade de modo a aproveitar os benefícios de seus horários. E mais: a Europa gosta de estudantes e em dezenas de atrações, mediante a apresentação da Carteira Internacional de Estudante, usufrui-se de um bom desconto.

- ...em parques: Adoramos museus e existem maravilhosos na Europa, mas não é necessário bater ponto em todos. Atrações a céu aberto, além de econômicas, podem ser o que há de melhor na cidade. Aproveite, não é sempre que se pode ficar de bobeira num parque extremamente bem cuidado e, aqui entre nós, seguro.

- ...com um passe da cidade: Ficando um bom tempo ou se estiver planejando circular, pegar ônibus e metrô e esmiuçar bastante alguma cidade, fique antenado para os passes locais. Pode ser algum tipo de cartão/carteira/passe/passagem, geralmente emitido em seu tourist information, que visa facilitar e economizar o passeio, incentivando que você visite as atrações. Normalmente os mesmos valem por um ou alguns dias, oferecendo descontos ou entrada gratuita em museus, galerias ou igrejas, assim como nos meios de transporte urbano. Se for adquirir um desses passes, informe-se para quais atrações valem, pois é possível que as mais interessantes não estejam incluídas.

- ...com uma bicicleta: Se você é praticante, esta pode ser uma boa pedida para rodar livremente. Porém, se mais do que o astral a questão é a economia, observe bem se vale à pena alugar uma. Caminhar bastante combinando transporte público pode sair mais barato. Veja o preço da locação e faça as contas. Em outros lugares, entretanto, bikes saem de graça, você só precisa deixar seu passaporte e/ou um depósito como caução, ou simplesmente uma moedinha, como em Copenhague e Trondheim (na Noruega).

- ...caminhando: Não existe opção mais barata de locomoção que seu par de perninhas. Caminhar, além de saudável e econômico, é a melhor forma de conhecer qualquer cidade européia, inclusive grandes centros como Londres, Paris, Roma e Berlim, intercalando, quando necessário, com trechos de ônibus ou metrô. Em cidades menores, prepare seus calçados - dispensa-se, em geral, qualquer meio de transporte, exceto em casos de chuva ou preguicite aguda.- ...com uma boa cotação: Preferencialmente sem taxas ou comissões. Dê uma pesquisada, isto pode significar um jantar ou um passeio de barco de economia. Mas vale o recado: não faça o seu dia girar em torno disso - melhor ainda se já sair do Brasil com euros ou libras. Entramos em mais detalhes em Câmbio/Troca.

O quadro a seguir dá uma idéia dos preços convertidos em dólares de alguns itens nos países pesquisados. Mas atenção: isto é apenas um referencial parcial: todos os valores, sem exceção, podem variar conforme o local, o tipo de produto e suas características.

Quadro comparativo de preços - valores em dólares

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Alemanha 18 2,97 2 1,80 2 3 6 0,40 18 5,50 7 1,50 1,50 1,50
Áustria 11 2,50 2 1,60 1,50 2,20 7 0,80 14 7 5 1,25 1,20 0,80
Bélgica 14 2,61 3 1,20 2,05 3,80 8,40 0,80 20 8,70 14,50 1,40 1,60 1,60
Dinamarca 13 2,96 3,20 2 1,50 3 7,50 0,40 18 7 16 1,50 2 1,80
Espanha 10 3,30 2 0,90 1,40 1,40 7 0,40 15 5 8 1,20 1 1,50
França 19 3,04 2,90 1,20 2 3,50 8 1 21 9 15 1,50 1,50 2
Grécia 10 2,30 1,45 1,10 1,75 1,20 6 0,20 19 5,50 19 0,60 0,90 1,20
Holanda 19 2,60 2,90 1,50 3 2 9 1,50 20 6 8,20 1 1 1,50
Hungria 8,5 1,69 1,10 0,80 1,15 1,20 3,50 0,50 17,50 4,25 15 0,45 0,80 0,30
Inglaterra 33 3,40 2,25 2 2,10 3,70 10 0,65 28 8,50 5,50 0,90 1 1,60
Irlanda 13 3,60 2,35 1,95 1,20 3,60 8,70 0,50 22 7,50 7 0,80 1,10 0,90
Itália 15 2,50 2,50 1,50 2 4,20 5 0,60 18 3 12 1,60 1 1,20
Noruega 22 3,70 4,50 2 3 5,30 12 0,70 16 8 20 2 2,50 1,70
Polônia 6 1,46 1,20 0,30 0,60 1,50 2,50 0,20 15 5 10 0,50 0,75 1
Portugal 14 2,30 1,70 0,50 1 0,.75 9 0,40 21 4,50 14 1 1 1
Rep.Tcheca 13 1,70 1,20 0,45 0,70 0,80 3 0,15 16 4 15 1,30 1 1,25
Suécia 22 3,90 3 1,75 2 4,50 6 0,60 20 5 15 1,25 0,80 1,32
Suíça 21 6,50 3 1,90 2,50 3 9 0,70 18 6 13 1,80 1 1,90
1) Albergue 2) Big Mac 3) Baguete c/ queijo 4) Cafézinho 5) Chocolate quente 6) Cerveja 7) Pizza média
8) Cartão Postal 9) CD 10) Filme 36 11) Revelação 12) Coca-Cola lata 13) Chocolate barra 14) Sorvete

TRABALHANDO
..
Economia Exagerada.
Sempre é possível ir à Europa e gastar menos. Muitos se orgulham por viajar ao Velho Continente com US$15 ao dia. Aí aparece mais um que fez com US$8. E logo surge outro cara que fez ainda com menos. Isto não nos surpreende e não há mérito algum.

O importante não é gastar pouco, é gastar bem. Você pode dormir na rua, em praças públicas, em estações.

Você pode passar o dia inteiro comendo pão com manteiga e bebendo água de alguma torneira. Você não precisa se locomover mais do que suas pernas podem agüentar. Você não tem, afinal, que visitar ou entrar em museus e atrações turísticas. E você gastará 3 dólares por dia! Na real, você não precisa viajar! Se você vai com este espírito, conhecer a Europa pelo álbum de fotos de seus amigos será mais barato ainda. Não há razão para viajar assim.

Se você realmente não tem a grana necessária, o que não é incomum em tempos de instabilidade econômica, é preferível guardar um pouco mais e viajar no ano seguinte ou no outro ainda, se for o caso.

Planeje com antecedência, mas quando você for, viva! Aproveite o que há de melhor. Visite tudo o que você tem direito, coma bem, experimente as delícias típicas de cada país, durma legal, conheça novos viajantes, exerça sua cidadania como habitante do planeta... e tenha uma viagem inesquecível! Acredite em nós. Isto não tem preço.
-...no Brasil: Planeje, priorize e guarde uma grana. Sim, é fácil assim.

-...na Europa: Garçom, lavador de pratos, babás, faxineiras, arrumadeiras e cozinheiros. Trabalhos absolutamente comuns e obviamente tão dignos quanto qualquer outro.

Muitos países da Europa precisam de mão-de-obra neste tipo de serviço e quem acaba encarando são os estrangeiros. Já comentamos o aspecto legal e a permissão de trabalho, e aqui não nos cabe entrar neste mérito. Consideramos o trabalho no exterior, além de toda a experiência de vida, uma boa possibilidade de prover fundos - in loco - para viajar (mais).

Uma idéia para os aventureiros de plantão sem problema de tempo é ficar um tempo em países diferentes, sempre se virando através de bicos. Melhor na teoria do que na prática, pois nem sempre se arranja emprego com a tranqüilidade desejada.

O ideal é procurar naqueles países que oferecem maiores facilidades e onde o domínio da língua não seja um obstáculo para você. Inglaterra, e particularmente Londres, é uma das praças mais procuradas - e normalmente encontradas. Para se ter uma idéia, um waiter ou uma cleaner podem ganhar entre 5 e 15 dólares/euro por hora.

Mas não vá achando que é chegar e levar. Você até pode cogitar expandir sua viagem em função de um job, mas não deixe de considerar as variáveis e dificuldades existentes.


PECHINCHANDO
-...com vontade: Isso é tão comum, mas muita gente se esquece. Ou nem mesmo tenta, pois acha que não vai dar certo ou tem vergonha - afinal, estamos falando do Primeiro Mundo.

Certamente não é como a Ásia ou mesmo o Brasil, mas sim, dá pra barganhar na Europa. Muitos estabelecimentos, lojas, hotéis, Bed & Breakfast, esperam isso de turistas.

Se você acha que dá pra arriscar, por que não? O máximo que pode acontecer é você ouvir um no, non, nein, nej... - que você vai levar com o bom humor de sempre.

Ou, quem sabe, uns bons euros de economia. Na real, cá entre nós, pechinchar a gente sabe fazer bem