Quem sou eu

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Sou um simples dentista que desde 2000 viajo pela Europa. Nao me pergunte o porque de so Europa. Fui uma vez, duas e se nao me engano já fui 10 vezes, oque me da certa liberdade para tentar ajudar quem está indo pela primeira vez ou está indo de novo.

PLANEJAMENTO

Burocracia e formalidades
Passaporte
O passaporte é a sua carteira de identidade no exterior. Você o utilizará ao sair do Brasil, ao entrar na Europa, ao atravessar fronteiras, ao trocar dinheiro (especialmente travel-cheques) e para outras formalidades. Cuide dele com muito carinho. Se você acha que, especialmente ao enfrentar filas de alfândega como um cidadão não-europeu, nosso passaporte não é lá grande coisa, saiba que está enganado.

O Brasil é um país pacífico. Não se envolve em guerras, mantém relações diplomáticas com todos e, em geral, é muito simpático aos olhos do mundo (principalmente quando não queimamos florestas nem índios). E mais um detalhe: qualquer um pode ser brasileiro - branco, negro, loiro, origem asiática, árabe, judaica, européia... (ainda que muitos pensem que sejamos todos mulatos). Nossa miscigenação étnica é tão grande que seria um risco afirmar com segurança que determinada fisionomia não nasceu no maior país da América do Sul. Moral da história: o passaporte brasileiro é visado no criminoso mercado da falsificação de documentos. Guarde-o bem e não dê bobeira. Qualquer problema como roubo, perda ou extravio, entre imediatamente em contato com a Embaixada ou com o Consulado brasileiro do país ou o mais próximo existente.

No Brasil, para fazer o passaporte, caso você ainda não o tenha, ou esteja prestes e expirar, é necessário:

1) preencher o Requerimento para Passaporte e a guia GAR/FUNAPOL (formulário à venda em papelarias);
2) pagar a guia em qualquer agência do Banco do Brasil, com uma taxa de R$89,71 (2004);
3) duas fotos 5x7, em fundo branco e com data;
4) carteira de identidade (original) ou, caso não a tenha, certidão de nascimento;
5) título eleitoral com o último comprovante de votação (ou dois últimos caso 2° turno);
6) documento militar em dia para os homens;
7) passaporte anterior, caso tenha;
8) encaminhar os documentos à Polícia Federal de sua cidade;

Menores de 18 anos deverão ter a assinatura dos pais no Requerimento e o comparecimento dos dois na Polícia Federal. Existe a possibilidade de fazer o passaporte pelos correios, adquirindo o Kit Passaporte. É, porém, mais caro e bem mais demorado, sendo uma opção interessante apenas se você mora em Tucurundum do Norte.

Outros documentos
- Carteira de Albergue: possibilita a você dormir em qualquer um dos cinco mil albergues da juventude credenciados ao Hostelling International (HI). Leia mais em Acomodações. Faça a sua em uma agência de viagem que tenha o serviço ou nos próprios escritórios da HI, levando apenas uma cópia de sua carteira de identidade e pagando uma taxa de R$30,00 (2004).

- Carteira Internacional de Estudante: proporciona descontos em dezenas de museus e outras atrações, comprovando que você é estudante. É internacionalmente reconhecida e, não considerando seu passaporte, que é seu documento oficial e vai ficar sempre bem guardado, pode ser o seu ID (identification document) do dia-a-dia. Esta carteira pode ser feita em agências de viagem especializadas em turismo estudantil levando seu comprovante de matrícula ou escolaridade, uma foto 3x4 e uma cópia de sua identidade ou certidão de nascimento e pagando uma taxa de R$ 30,00 (2004).

- Carteira da Juventude: também conhecida como GO25. Menos utilizada, torna-se praticamente desnecessária se você tem a carteira de estudante. Entretanto, ela é interessante caso você tenha menos de 26 anos e não seja mais estudante, visto que muitos estabelecimentos oferecem descontos apenas pela "sua juventude". Esta carteira é feita no mesmo local das anteriores, com uma cópia de sua identidade e uma foto 3x4, além do pagamento de R$30,00 (2004).

- Carteira Internacional de Motorista: algumas locadoras de veículos ou mesmo alguns países podem exigir uma carteira internacional de motorista - apesar de a nossa carteira ou carta (sabemos lá onde você mora) de habilitação, emitida pelo Detran, ser normalmente aceita sem maiores problemas, sempre apresentada com seu passaporte. Porém, se você está planejando rodar milhares de quilômetros e atravessar a Europa de carro, pode ser uma boa. Esta carteira é emitida somente numa loja Touring. A documentação necessária é: cópia autenticada da carteira de motorista, identidade e CPF, além de 2 fotos 3x4 coloridas. Paga-se no local uma taxa de R$89,00 (2004), sendo o documento emitido na hora.

Vistos
Visto é o carimbo ou estampa que você recebe ao entrar (e sair) de um país, dando permissão para a sua permanência - para viajar, estudar ou trabalhar - por determinado período. Na prática, nós, brasileiros, podemos circular pela maior parte da Europa sem necessidade de vistos. É bastante possível, inclusive, que você retorne do Continente Europeu com um passaporte quase virgem. Normalmente, a polícia alfandegária vai pedir seu passaporte, observar sua foto e talvez lhe fazer uma ou duas perguntas. Não estranhe, porém, se nada disso acontecer e você entrar num país, durante uma viagem de trem, como quem entra na casa da sogra.

Existe, entretanto, um grande stress por parte dos viajantes brasileiros que se destinam à Inglaterra. Ok, talvez os caras incomodem com mais do que uma ou duas perguntas, nada que o assuste. O importante é não dar a entender que você esteja indo para permanecer e trabalhar - muito menos traficar e é óbvio que você não estará levando nada que seja ilegal. (Se o home-office, a polícia de imigração inglesa, desconfia de você, podem revistá-lo). Seu dinheiro pode ser solicitado à mostra, e uma quantia razoável de US$1.000 é o suficiente para ninguém perturbá-lo mais. Você pode até ter menos dinheiro - e aí é aconselhável portar um cartão de crédito internacional. A verdade é que em geral entrar na Inglaterra oferece mais lenda do que de fato dificuldades.

Nós, brasileiros, não precisamos solicitar previamente visto em viagens para Alemanha*, Andorra, Áustria*, Bélgica*, Chipre*, Dinamarca*, Eslováquia*, Eslovênia*, Estônia*, Espanha*, Finlândia*, França*, Grécia*, Holanda*, Hungria*, Irlanda*, Islândia, Itália*, Letônia*, Lituânia*, Liechtenstein, Luxemburgo*, Malta*, Marrocos (que é próximo à Espanha, no norte da África), Mônaco, Noruega, Polônia*, Portugal*, Reino Unido*, República Tcheca*, San Marino, Suécia* e Suíça.

Os países assinalados com (*) pertencem a União Européia (UE, leia mais no tópico União Européia) e, salvo situações particulares (em especial Grã-Bretanha e países escandinavos), podemos permanecer 90 dias se locomovendo entre eles neste período. Quem quer ficar mais tempo, em tese, deve sair de suas fronteiras (indo para um país fora da UE) e depois retornando.

Devemos, no entanto, pedir o visto ainda no Brasil para a Bulgária, Romênia, Turquia, Iugoslávia e seus países vizinhos, Rússia e alguns países então pertencentes à URSS. Em geral, é necessário para sua obtenção o passaporte com validade mínima para 6 meses (o que é aconselhável em viagens para qualquer país), fotos 3x4 ou 5x7, formulários preenchidos e o pagamento de uma taxa consular.

Alfândega brasileira
Antes de embarcar, caso necessário, registre na Receita Federal do aeroporto algum equipamento eletrônico que esteja levando (máquina fotográfica, se profissional, computador, som, etc) - considerando que você não quer pagar por ele quando voltar.

Você pode trazer de fora US$500 (ou o equivalente em outra moeda) em compras, além de outros US$500 comprados no Free Shop do aeroporto. Moletons, bonés, tênis, CDs, perfumes e livros não contam (para uma "quantidade normal"). Telefone, microondas e whisky, sim, estão na cota. A regra é declarar o que está sendo trazido. Se passar da cota, você deve pagar o imposto de importação, que é 50% do valor excedido. Mas lembre-se, não declarar pode sair mais caro. Se você for solicitado a abrir suas malas e sua cota estiver acima do valor máximo, você tem de bancar o imposto devido em dobro, ou seja, o que deveria pagar mais uma multa equivalente ao mesmo valor excedido.

Durante a viagem, exija sempre a nota fiscal das compras e solicite o formulário de isenção de imposto, apresentando junto o seu passaporte. O imposto que você paga por um produto pode ser restituído quando você apresentar este formulário ao deixar o país, nas alfândegas e aduanas. Em alguns países, como a Itália e Alemanha, você é restituído na hora, no próprio aeroporto; na grande maioria, seu reembolso vem pelo correio.


Passagens Aéreas
Uma viagem econômica já começa na compra da passagem aérea. Varig, TAM, Ibéria, TAP, Air France, Alitalia, British Airways, Lufthansa, Swiss, KLM, Aeroflot, LanChile, Aerolineas Argentinas e Spanair são as companhias aéreas que ligam o Brasil ao continente europeu (Continental, American Airlines e Delta também fazem, mas com conexão nos EUA, necessitando do chatíssimo visto norte-americano), saindo de São Paulo ou Rio, eventualmente com possibilidades de escalas em Salvador, Recife e Fortaleza, de onde você pode embarcar diretamente.

Para os que vão circular pelo continente, uma forma de economizar é determinar seu ponto de partida de acordo com os melhores gateways, ou seja, aquelas cidades porta-de-entrada da Europa, cujas tarifas estão mais em conta, o que varia conforme a época, e de empresa para empresa. A baixa temporada (março a maio e setembro a novembro) oferece passagens mais baratas do que no resto do ano, especialmente em julho, janeiro e fevereiro. Natal nem se fala.


Passes de trem
Quem planeja percorrer a Europa, mais do que ficar em apenas uma ou duas localidades, deve considerar a compra de um passe de trem. Existem dezenas de opções cobrindo vários países, uma região, ou apenas um único país - o que pode ser feito em dias consecutivos ou flexíveis. A questão é pegar um passe que se encaixe a sua viagem. São vendidos no Brasil:

Eurailpass: ideal para quem planeja viajar bastante pela Europa. Cobre 17 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Suécia e Suíça. É válido para dias corridos, independente de quantas viagens de trem você fizer (melhor, portanto, aos viajantes que pretendem ficar menos tempo em mais lugares).

Eurailpass
1ª classe
Eurailpass Saver
1ª classe
Eurailpass Youth
2ª classe
15 dias US$ 588 US$ 498 US$414
21 dias US$ 762 US$ 648 US$534
1 mês US$ 946 US$ 804 US$664
2 meses US$ 1.338 US$ 1.138 US$938
3 meses US$ 1.654 US$ 1.408 US$1.160

Jovens menores de 26 anos (isto é, até 25 anos, não pode ter 26 até o dia da compra do passe) podem adquirir o Eurailpass Youth para viagens em 2ª classe. A partir dos 26 anos, passe só de 1ª classe. Duas ou mais pessoas viajando sempre (sempre!) juntas se habilitam ao Eurailpass Saver (preços acima por passageiro).

Eurailpass Flexi: é contado não necessariamente para dias consecutivos, mas por dias de viagem, dentro de período de 2 meses. É o ideal para quem pretende ficar mais tempo nos lugares, se limitando basicamente a 10 ou 15 viagens - número de trajetos que o passe permite (ou se pretende viajar mais, para distâncias menores vale pagar a passagem para não queimar um dia do passe). Disponível tarifa reduzida para menores de 26 anos em 2ª classe (Youth) e duas ou mais pessoas viajando sempre juntas (Saver).

Eurail Flexi 1ª classe Eurailpass FlexiSaver Eurailpass Flexi Youth
10 dias em 2 meses US$ 694 US$ 592 US$488
15 dias em 2 meses US$ 914 US$ 778 US$642

Eurail Selectpass: cobre 3, 4 ou 5 países fronteiriços entre os 17 países apresentados no Eurailpass. Os países escolhidos devem fazer fronteira (por trem ou barco), sem passar por outro país. Por exemplo: França, Alemanha e Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que aqui são contados como um único país), ou Suíça, Áustria, França, Alemanha e Itália. Pode ser em dias corridos ou flexíveis, para menores de 26 (Youth) e parcerias ou grupos juntos, sempre juntos (Saver).

Eurail Selectpass 1ª classe
3 países 4 países 5 países
5 dias em 2 meses US$ 356 US$ 398 US$438
8 dias em 2 meses US$ 470 US$ 512 US$552
10 dias em 2 meses US$ 542 US$ 584 US$624
15 dias em 2 meses ----- ----- US$794

Eurail Selectpass Saver 1ª classe
3 países 4 países 5países
5 dias em 2 meses US$ 304 US$ 340 US$374
8 dias em 2 meses US$ 400 US$ 436 US$470
10 dias em 2 meses US$ 460 US$ 496 US$530
15 dias em 2 meses ----- ----- US$674

Eurail Selectpass Youth 2ª classe
3 países 4 países 5países
5 dias em 2 meses US$ 249 US$ 279 US$307
8 dias em 2 meses US$ 329 US$ 359 US$387
10 dias em 2 meses US$ 379 US$ 409 US$437
15 dias em 2 meses ----- ----- US$556

France´n Italy Pass: para viajar apenas entre França e Itália. É uma boa para longos trajetos, percorrendo, por exemplo, de Nápoles a Veneza, de Roma a Paris, do mediterrâneo francês à região da Bretanha. Vale para 4 dias de viagem ao longo de 2 meses, com a possibilidade de incluir mais 6 dias por um preço camarada, para adultos, jovens de até 25 (Youth) e grupos (Saver).

France´n Italy Pass
1ª classe 2ª classe
Adulto Adulto Youth
4 dias em 2 meses US$ 299 US$ 259 US$199
Dias adicionais (até 6) US$ 30 US$ 27 US$21

France´n Italy Saver Pass
1ª classe 2ªclasse
4 dias em 2 meses US$ 259 US$229
Dias adicionais (até 6) US$ 27 US$24

France´n Spain Pass: entre França e Espanha, o que pode ser bastante útil se você aproveitar diferentes e distantes regiões dos dois países. Se for de Sevilha a Estrasburgo, por exemplo (com paradas, é claro, no meio do caminho), já valeu o seu passe. Para 4 dias com possibilidade de adicionar mais 6, para jovens de até 25 (Youth) e grupos (Saver).

France´n Spain Pass
1ª classe 2ª classe
Adulto Adulto Youth
4 dias em 2 meses US$ 299 US$ 259 US$199
Dias adicionais (até 6) US$ 33 US$ 29 US$22

France´n Spain Saver Pass
1ª classe 2ªclasse
4 dias em 2 meses US$ 259 US$229
Dias adicionais (até 6) US$ 29 US$25

Britrail Pass: sentiu falta da Inglaterra? Pois os caras têm o seu próprio passe, válido apenas para a Grã Bretanha (Inglaterra, Escócia, País de Gales). A 1ª classe dos trens britânicos é particularmente bem confortável (em especial da companhia Virgin), oferecendo um belo serviço de bordo com lanches, sucos, bebidas e jornais, além de toda a mordomia característica. Válido para dias corridos e flexíveis.

Britrail Classic Pass
1ª classe 2ª classe
Adulto Adulto Youth
4 Dias US$ 279 US$ 189 US$142
8 dias US$ 405 US$ 269 US$202
15 dias US$ 599 US$ 399 US$299
22 dias US$ 765 US$ 509 US$382
1 mês US$ 909 US$ 605 US$454

Britrail Flexi Pass
Adulto Adulto Youth
4 Dias em 2 meses US$ 349 US$ 239 US$179
8 dias em 2 meses US$ 515 US$ 345 US$259
15 dias em 2 meses US$ 775 US$ 519 US$389

Scanrail: Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. Este passe oferece um ótimo custo-benefício, pois trajetos de trem nos países escandinavos não são baratos, e aqui o passe torna a viagem bem mais acessível. E sente ao lado da janela!

2ª classe
Adulto Sênior Youth
5 dias em 2 meses US$ 276 US$ 245 US$192
10 dias em 2 meses US$ 370 US$ 329 US$258
21 dias consecutivos US$ 430 US$ 380 US$299

Também existem passes para viajar por apenas um país (França, Itália, Espanha, Suíça e Alemanha). Os preços apresentados estão sujeitos a reajustes ao longo de 2004 e/ou 2005. Para todos os passes há uma taxa de emissão de US$29. Maiores informações, consulte as agências de turismo autorizadas (saiba onde no Brasil pelo toll free 0800-554002) ou no site www.trenseuropeus.com.br.

Inter-Rail: passe de trem vendido apenas na Europa a cidadãos europeus ou a residentes que estejam a mais de 6 meses no continente. É dividido em zonas de viagem. Grupos de países cobertos pelo passe: A) Irlanda e Reino Unido (se comprado fora do Reino Unido); B) Noruega, Suécia e Finlândia; C) Dinamarca, Alemanha, Suíça e Áustria; D) República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria e Croácia; E) França, Holanda, Bélgica e Luxemburgo; F) Espanha, Portugal e Marrocos; G) Itália, Grécia, Eslovênia e Turquia; H) Romênia, Bulgária, Iugoslávia e Macedônia.

Se você não está seguro se vale a pena comprar um passe de trem, seguem algumas tarifas de passagens individuais, normalmente valor cheio sem concessões, para ter uma idéia (valores em dólar, em 1ª e 2ª classes), e o tempo médio do trajeto. Conforme trens, horários e outras variáveis, é possível conseguir tarifas menores dos que estas; da mesma forma, podem custar mais.

Trajeto 1ª Classe 2ª Classe Tempo
Amsterdam - Bruxelas US$56 US$40 4 horas
Amsterdam - Paris US$179 US$109 5 horas
Atenas - Patras US$32 US$25 3 horas
Atenas - Veneza US$315 US$213 33 horas
Barcelona - Paris US$223 US$153 11 horas
Berlim - Amsterdam US$159 US$104 8 horas
Bruxelas - Paris US$67 US$42 3 horas
Budapeste - Veneza US$128 US$97 13 horas
Copenhague - Estocolmo US$169 US$123 10 horas
Frankfurt - Zurique US$129 US$86 5 horas
Genebra - Zurique US$92 US$59 3 horas
Lisboa - Madri US$83 US$66 10 horas
Madri - Paris US$187 US$77 14 horas
Madri - Barcelona US$114 US$74 7 horas
Milão - Veneza US$45 US$33 3 horas
Munique - Frankfurt US$104 US$72 4 horas
Nice - Paris US$133 US$108 6 horas
Oslo - Estocolmo US$149 US$97 6 horas
Paris-Dover/Calais-Londres US$312 US$223 3 horas
Roma - Paris US$211 US$159 17 horas
Roma - Veneza US$78 US$54 4 horas
Roma - Zurique US$157 US$103 8 horas
Viena - Salzburgo US$61 US$42 3 horas


Agências de viagem e Seguro-saúde
No Brasil muitos órgãos e empresas ligadas ao turismo oferecem estágios e intercâmbios universitários, o que pode ser interessante para quem deseja aprofundar os conhecimentos do seu curso no exterior e de quebra voltar com a experiência que só uma viagem como essa proporciona. Agências de viagem também prestam este serviço, principalmente aquelas especializadas em turismo jovem, mochileiro ou estudantil, emitindo passes de trem, carteiras de estudante e albergues, cursos no exterior, locação de veículos, seguro-saúde e todo suporte de informações para uma viagem independente.

Aliás, por mais saudável que você seja e esteja, fazer um seguro-saúde é uma boa. Imprevistos sempre podem acontecer e, psicologicamente, você vai se sentir melhor sabendo que tem uma cobertura médica. Em alguns hospitais da Europa você até pode ter um atendimento gratuito; mas pode também ficar devendo um carro zero por uma perna quebrada. Pelo custo-benefício, aconselhamos.

Há vários seguros disponíveis no mercado. Alguns aspectos são importantes na escolha do plano, como a existência ou não de franquia e o valor de cobertura. Médicos e hospitais na Europa ou são de graça ou são muito caros, e de nada adianta pagar por um plano que mal cobre despesas mínimas numa emergência. Todas as características descritivas de cada plano têm algum tipo de observação ou restrição, de modo que detalhes e cláusulas devem ser observadas e questionadas junto aos seus representantes.


Mala ou mochila
Mochileiros tradicionalmente viajam de... mochila! Se você for realmente um fã de malas, a começar pelo seu ex-namorado, ok. Puxar pela coleira (a mala) pode não ser tão prático quanto colocar sobre seus ombros, mas esta é uma decisão sua, afinal quem vai carregar é você. Importante é que seja leve! Brasileiros têm a tendência de levar bem mais do que precisam. Você vai viajar tranqüilo se tiver uma bagagem equivalente a 10% de seu peso. Difícil? Tente ao menos não passar de 15%. Não pense em roupas para ocasiões diferentes. Sua viagem não será um fim de semana na ilha de Caras. Pense em conforto e praticidade, começando pelo armário que estará em suas costas (considerando que você tenha optado pela mochila). Adapte sim à estação do ano em que você estiver.

Roupas
Uma ou duas calças compridas (no máximo, e olhe lá), 3 a 5 camisetas (caso verão), alguns pares de meia e roupas de baixo (e acostume-se a lavar suas cuecas e calcinhas no chuveiro), 2 bermudas ou saias (caso verão, o que também inclui biquíni, para as meninas), 1 ou 2 moletons ou camisas de manga comprida, 1 bom casaco (eficiente no inverno; mais leve no verão), 2 blusas de lã, gorro, cachecol e luvas (todos estes para o inverno, além de meias adequadas) e alguma roupa para dormir.

Calçados, um par de tênis e/ou de sapatos (usado e confortável; impermeável no inverno) e um par de chinelos ou sandálias (mesmo no inverno, utilizável no quarto ou para ir ao chuveiro) são mais do que suficientes. Feito o carreto.

Para higiene, uma toalha (mais uma outra, menor, é opcional), um estojinho ou nécessaire com produtos básicos (xampu, desodorante, etc.), além de todas as camisinhas que você espera (ou não) usar. Pode ser interessante levar um pequeno kit de primeiros-socorros, incluindo band-aid, analgésicos e similares, um estojinho de costura e um canivete suíço com abridor de latas, tesourinha, faquinha e garfo. Independente do canivete, um kit básico de talheres é sempre uma boa idéia.

Úteis também são uma calculadora, para facilitar seu câmbio e organizar suas despesas, uma caderneta, que pode valer como diário de bordo (registro de viagem, dicas suas ou de terceiros, endereços de parceiros encontrados no meio do caminho, etc.), e um pequeno despertador, que pode fazer falta se for preciso pegar um trem matinal.

Opcionais são o seu boné favorito, um casaco ou uma capa de chuva, seu colete de estimação e...- vá testando o peso da mochila! Um saco de dormir também pode ser uma boa, além de improvisar como um colchão, sempre vale como coberta. Mais útil e econômico, talvez, caso haja espaço, são lençóis e fronha (ou um travesseirinho, pra quem não dorme sem e vai encarar trens noturnos), já que muitos albergues, considerando este o seu tipo de acomodação, exigem os mesmos, recusando sleeping bags.

Por fim, recomendável, uma pequena mochila de mão para o dia-a-dia, onde pode estar sua máquina fotográfica, guia de viagem, garrafinha de água (imprescindível em viagens no verão) e o que mais for necessário. Sempre, é claro, cuidando para não exceder no peso.


Pesquisa adicional
Muito do proveito de sua viagem será pelas informações que você levantar. Você já começou bem - acessando este site com conteúdo exclusivo. Sabemos que somos suspeitos, mas não dá pra negar, um guia de viagem é realmente um bom investimento - otimiza seu tempo, economiza dinheiro e ainda pode evitar-lhe grandes roubadas. Não há por que não usufruir das experiências de quem já fez o que você quer fazer.

Sob este enfoque, converse com o maior números de amigos ou conhecidos viajantes. Pegue dicas, pergunte, tire dúvidas, por mais tolas que possam lhe parecer. Claro, a viagem dos outros pode não ser exatamente a que você planeja, o que não invalida um bom bate-papo.

Embaixadas e centros culturais podem lhe conseguir boas informações, ainda que excessivamente turísticas ou oficiais. Menos objetivos e mais interessantes, o cinema (e na carona o vídeo) e a literatura oferecem um universo de conhecimento sobre a vida e a cultura de vários países. Vale garimpar uma boa videolocadora ou livraria (ou biblioteca, se você morar numa cidade afortunada) e descobrir diretores e escritores que já vão iniciar a sua viagem.

Hoje em dia, porém, nada se compara à internet em volume e disponibilidade de informações. Você pode ficar horas e horas pesquisando sobre países e viagens em geral - e conforme seu tempo e paciência, vale a pena. Neste espírito, sugerimos alguns sites, pra você se iniciar ou seguir na brincadeira.

Sites gerais
Interação entre viajantes
O Viajante www.oviajante.com

Acomodação
Albergues www.hostel.org.br
www.hostels.com
www.backpackingeurope.com
Hotéis www.hotel.com
www.hotelguide.com
www.ase.net
www.hotelstravel.com

Clima
Tempo www.cnn.com/weather
www.weather.com
Transportes
Trens www.raileurope.com
Ônibus www.eurolines.com

Autolocadoras
Avis www.avis.com
Budgetcar www.budget.com
Europcar www.europcar.com
Hertz www.hertz.com

Sites de países
Alemanha www.germany-info.org
Áustria www.austria.org
Bélgica www.visitbelgium.com
www.belgium.com
Dinamarca www.denmark.dk
www.dt.dk
Escócia http://travel.scotland.com
Espanha www.tourspain.es
www.okspain.org
Finlândia www.virtual.finland.fi
www.visitfinland.com
França www.guideweb.com
www.ambafrance.org.br
Grécia www.greece.com
www.greekislands.com/athens
Holanda www.holland.nl
www.amsterdam.nl
Polônia www.travel-poland.pl
www.poland.pl
Hungria www.hungarytourism.hu
www.hungary.org
Inglaterra www.uktravel.com
www.visitbritain.com
Irlanda www.ireland.ie
Itália www.travel-italy.com
www.discoveritalia.it
Luxemburgo www.luxembourg.lu
Noruega www.norway.org
www.fjordnorway.no
Portugal www.portugal.org
www.maisturismo.pt
Rep. Tcheca www.czech.cz
www.prague-info.cz
Suécia www.visit-sweden.com
www.sweden.se
Suíça www.switzerland.com
www.switzerland-tourism.ch
Vaticano www.vatican.va


Fuso horário
Os países que cobrimos da Europa têm 3 diferentes fusos horários. Em relação a Brasília, Portugal e Reino Unido estão 3 horas adiantados; Europa Central, 4 horas; e Grécia e Finlândia, 5 horas. Isto significa que quando forem 9h da manhã em São Paulo, será meio-dia em Londres, 13h em Paris e Berlim e 14h em Atenas. Na prática, porém, pode ser tudo diferente. O horário de verão brasileiro, para a maioria dos estados, de outubro a fevereiro, adianta nosso relógio, diminuindo a diferença para a Europa em 1 hora. No horário de verão deles, geralmente do final de março ao fim de outubro, a diferença, em compensação, aumenta em 1 hora.

Horário dos países em relação a Brasília Horário normal Horário de verão brasileiro Horário de verão europeu
Portugal, Inglaterra,Irlanda, Escócia +3 +2 +4
Espanha, França, Itália, Bélgica
Holanda, Suíça, Luxemburgo, Áustria
Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia
Polônia, Hungria, República Tcheca
+4 +3 +5
Grécia, Finlândia +5 +4 +6


Centros de Informação
O turismo é uma das grandes fontes de renda dos países europeus. Assim, nada melhor do que tratar bem seus consumidores. Todas as cidades, por menores e mais sem graça que pareçam ser, têm uma central de informações, a qual, ao longo do guia, abreviaremos como CI. Os tourist information, como são internacionalmente conhecidos, são freqüentemente identificados pela letra i minúscula e estão sempre bem localizados, com postos nos principais aeroportos, estações de trem e nas zonas centrais. Parar num CI pode ser um bom ponto de partida para explorar a cidade e o país. Informações genéricas, mapas, panfletos, ingressos para teatros e reservas para hotéis e albergues; muito se consegue ainda que você fale um inglês tropeçado. No verão europeu, quando milhares de turistas estão à solta, não estranhe ver uma central de informações móvel. Use e abuse, você é o cliente.


Acomodações
Albergue
Ficar num albergue pressupõe duas ideologias: 1) gastar pouco para dormir, considerando que você não foi à Suíça para bancar a Bela Adormecida e 2) conhecer gente de todo o lugar do mundo; afinal, são poucas as oportunidades em que se pode estar na Noruega e conversar com um australiano ou um israelense.

É, de fato, a acomodação mais vantajosa da Europa. Se a mamãe imagina, ao se falar de albergues (ou youth hostels, ou mais recentemente apenas hostels, já que não são mais exclusividade da juventude), um pequeno pardieiro repleto de mendigos, ela está redondamente enganada. Muitos hostels são tão bons ou melhores que hotéis 2 ou 3 estrelas, podendo situarem-se em locais particularmente agradáveis ou peculiares (como um barco, um castelo ou um ex-presídio). Você deve estar preparado, no entanto, para dividir seu espaço. Normalmente são quartos separados para homens e mulheres, com 4 a 8 camas, que podem também ser beliches. Com freqüência, você vai encontrar quartos mistos, e o número de camas/beliches podem ser tanto 2 ou 3 como 12 ou 20.

Não é difícil socializar-se num albergue. Além do "quarto grupal" (dormitórios, também conhecido como dorms), muitos têm uma cozinha cooperativada (que pode significar uma boa economia), sala de estar, ambiente de TV e jogos, entre outras facilidades. Importante é uma base mínima da língua inglesa e deixar a timidez de lado. Todos os que estão lá, afinal, têm os mesmos objetivos que você.

Uma diária, conforme o país e a época de sua viagem, sai entre €12 e €18, com exceções, caso de Londres, onde se pode gastar (em libras) bem mais do que estes valores. Quase como um hotel, muitos albergues oferecem quartos para duas pessoas, um casal ou mesmo individual, evidentemente numa diária superior ao preço do dormitório. Banheiro com chuveiro, neste caso, pode estar junto ao quarto, apesar de com freqüência situar-se no corredor e ser coletivo. O café da manhã normalmente está incluído e pode variar de um reles pão-com-manteiga-e-geléia-e-leite-aguado a um verdadeiro buffet de frutas, cereais e tipicidades do país, digno de dar inveja a um cinco estrelas (o que é mais comum na Escandinávia).

Lençóis podem ser obrigatórios sendo lhe solicitado. Em muitos albergues você já vai encontrá-los na cama, em outros deverá alugar se não houver trazido os seus (o que pode onerar em alguns euros a sua diária). Sacos de dormir estão sendo progressivamente recusados, pois acredita-se que os mesmos hospedam indesejáveis bugs - ou pulgas.

Existem albergues "oficiais", ou pertencentes a YHA (Youth Hostelling Association), ou mais recentemente apenas HI (Hostelling International) e os independentes. Os da HI necessitam da carteirinha de albergue, que pode ser feita, eventualmente, no próprio albergue. Melhor sair do Brasil com este documento, providenciado por agências de viagem que prestam o serviço ou nos escritórios da Associação dos Albergues, no Brasil.

Muitos albergues têm características comuns e algumas até chatinhas: lock-out, determinado período durante o dia em que o albergue fecha, no qual você não pode ficar no quarto ou mesmo no próprio albergue (pelo menos é num horário em que o bom viajante não vai estar dentro de casa mesmo, geralmente entre 10h da manhã e 3h da tarde); e o curfew, ou toque de recolher, quando o albergue fecha à noite, obrigando boêmios a retornarem entre 11 horas da noite ou 1 da manhã, se não quiserem dormir sob as estrelas. Os mais modernos, porém, estão utilizando recepção 24 horas.

Os albergues independentes ou privados não são filiados à Associação dos Albergues (dispensando a carteirinha), o que não significa que sejam piores, nem mais caros ou mais baratos. São por certo mais relax com horários, e freqüentemente têm um clima mais festivo e backpacker que os oficiais. Você vai aproveitá-los mais dominando melhor o idioma inglês.

O sistema de hostelling tem se difundido muito na Europa e deixou de ser apenas uma opção de acomodação para jovens - por isso a troca do nome, de YHA para HI. É bastante comum famílias européias hospedarem-se com seus filhos. Sua mãe agora iria adorar o ambiente. Algumas cidades, com mais de um albergue, diferenciam seus estabelecimentos, direcionando-os para viajantes (albergues mais baratos, simples e centrais) ou para famílias (mais caros, com mais recursos e afastados, considerando que seus hóspedes viajam de carro), ainda que você possa ficar em qualquer um deles. Para "menos família e mais galera", os independentes são os aconselháveis.

Há, no entanto, alguns que são "excessivamente galera", descuidando-se de pequenos "detalhes" - como a limpeza, por exemplo. Enquanto muitos dos independentes deixam isto a critério da consciência de seus viajantes (o que geralmente até funciona), os oficiais mantêm uma estrutura para tal, seguindo um padrão dentro do sistema de hostelling.

Do final de junho a agosto, especialmente, você pode ter problemas para conseguir uma cama. Muitos albergues chegam a recusar reservas. Pagando antecipadamente, via cartão de crédito, fica mais fácil. No verão, quando tudo lota, é possível que a associação local dos albergues disponibilize um local extra só para a temporada. Geralmente são casas de estudantes que estão vagas no período, e em muitas cidades, os prédios são alugados ano a ano. No tourist information, ou nos albergue, você pode se informar sobre outras alternativas de acomodação, caso de fully-booked (tudo lotado). Também é possível reservar de um albergue para outro no mesmo país, estando o mesmo em rede (tanto da HI como independentes, visto que muitos destes últimos estão criando sua própria associação). Sem reservas, chegue cedo pela manhã para garantir a sua cama.

No Brasil você já pode deixar sua reserva feita contatando diretamente com o albergue via fone, fax ou e-mail, quando provavelmente será orientado a pagar antecipadamente, via cartão de crédito. Eventualmente você pode combinar de chegar até determinado horário pela manhã, evitando, assim, pagar antes. Outra forma de reservar por aqui é pela IBN (International Booking Network), contatando o escritório brasileiro da Associação dos Albergues, exclusivamente a HI.

Quanto à segurança, alguns dispõe de lockers para guardar sua bagagem, apesar de que na maioria você vai apenas deixar sua mochila embaixo da cama ou junto dela. Podem roubar? Podem. Costumam roubar? Dificilmente. Desconsiderando o espírito viajante que nada tem a ver com furto, todos imaginam que você não tem outra coisa além de roupas e roupas sujas. O que fazer? Não se estressar e manter na malinha do quarto apenas roupas e roupas sujas.

Pensão, Hostal, Guesthouse, Bed & Breakfast
Varia o nome conforme o país, mas a idéia é similar: acomodações mais baratas que hotéis sem que você tenha de dividir seu quarto como nos albergues. Em Portugal você encontra dezenas de pensões, na Espanha são os hostals, na Inglaterra os típicos Bed & Breakfast (B&B) e em outros vários lugares as guesthouses. Os preços variam de €25 a €50 (especialmente os B&B), podendo até sair mais barato do que um albergue, para o caso de duas ou três pessoas. A qualidade das instalações também varia. Podem ser confortáveis e aconchegantes casas cuidadas pelo proprietário, um simpático velhinho com recordações da 2ª Guerra, como verdadeiros fuleiros de um casarão caindo aos pedaços gerenciado por um europeuzinho mal-humorado.

São sempre bem localizados e não há necessidade de procurar muito para achá-los. Passando por um, você pode entrar e dar uma olhada, caso tenha interesse em se hospedar. Não deixe de observar o banheiro, que nem sempre dispõe de chuveiro (europeus amam banheiras). Cafés da manhã podem estar incluídos (nos B&B, sempre), confirme.

Hotel
Como nos B&B, até podem ser encontrados pequenos hotéis mais em conta para duas pessoas do que os albergues (mas também não é difícil encontrar lugares piores, pagando mais inclusive). Hotéis básicos, limpos, com uma estrutura enxuta e preços camaradas são uma tendência que está crescendo no turismo internacional. Entre eles, destaca-se a rede Formula 1 (www.hotelformule1.com), com diárias entre €22 e €38 em quartos para até 3 pessoas. Hotéis podem ser mais baratos reservando-se por longos dias ainda do Brasil, ou mesmo adquirindo suas diárias através de pacotes turísticos, sem necessariamente ingressar em excursões pré-organizadas caso você não queira.

Camping
Campings são o que há de mais barato, considerando que você não vai dormir em praça pública. Você deve trazer sua barraca, seu saco de dormir e material de cozinha, e é interessante que você esteja de carro, já que muitos campings são afastados da cidade. Com exceção da Escandinávia, é ilegal montar sua tenda em propriedades sem pedir permissão. Se você planeja acampar, a central de informações pode lhe dar uma lista de campings disponíveis ao longo do país em que você estiver.

Universidade e Casas de estudantes
Mais comum no verão, quando seus residentes estão de férias. Os preços assemelham-se aos dos albergues, podendo até ser um pouco superior, já que a maioria dos quartos é para uma ou duas pessoas. Se você estiver viajando em julho e agosto, pode se informar no CI de cada país sobre a disponibilidade deste tipo de acomodação.

Alugando quartos ou apartamentos
É uma das mais típicas acomodações do Leste Europeu. Viúvas de Praga, senhores de Budapeste ou algum chato na Grécia ou Espanha - velhinhas e velhinhos dos 70 aos 20 anos, esperando viajantes em estações de trem, podem oferecer um quarto em sua casa ou mesmo todo o apartamento. Não se assuste, normalmente é inofensivo e pode ser uma boa. Se você for com a cara da pessoa, dê ouvidos, e se for o caso, pergunte, pergunte tudo. Você pode ver o lugar antes de concordar em ficar, pois tudo é bastante negociável, do preço ao número de dias em que deve permanecer. Para acomodações como esta, é interessante que você esteja com algum parceiro - apesar de raramente apresentar algum problema. E a abordagem, que normalmente assusta o viajante mais desavisado é apenas o marketing de hospedagens menos favorecidas na estratégia de divulgação.


Transportes
Nos Países
Trem

É a maneira mais fácil de viajar pela Europa e, para muitos, a melhor. A malha ferroviária cobre todo o continente, do sul da Itália ao norte da Finlândia. Os trens são invariavelmente rápidos, confortáveis e paisagísticos. Nas cidades, as estações são geralmente bem localizadas, em zonas centrais e de fácil acesso. Para quem realmente quer viajar, bem melhor do que ir de um ponto a outro é percorrê-lo. As passagens, entretanto, não são baratas e os passes de trem podem ser uma boa pedida, conforme apresentado anteriormente.

Os trens, em geral, dispõem de primeira e segunda classe, esta última obviamente mais barata e cheia, mas não necessariamente muito menos confortável (o assento da primeira é um pouco mais largo, e o piso pode ser acarpetado, mas o maior diferencial entre as classes é a quantidade de passageiros numa cabine ou vagão). Trens costumam ser pontuais, portanto não bobeie. Dê a si mesmo algum tempo para chegar e achar a plataforma de saída. Outras observações válidas:

- Trens noturnos oferecem couchettes ou sleepers. Couchettes equivalem a beliches ou triliches, para quem realmente quer se deitar durante a noite, pagando, se não igual, um pouco mais que a diária de um albergue e menos que a de um hotel. Sleepers são um pequeno luxo: camas em cabines para 1 a 4 pessoas e com preços bem superiores. Os que não querem pagar mais, classes com assentos podem se transformar em improvisadas e até mesmo confortáveis camas (um viajante solitário pode ter uma grande cama, do tamanho da sua cabine, à sua disposição). Mas isso é mais comum em trens mais antigos, e hoje não tão fácil de encontrar.

- Reservas e/ou pagamentos adicionais (supplements) são obrigatórios em muitos tipos de trem ou determinadas viagens, mesmo que você já tenha um passe de trem. Reservas custam entre US$3 e US$12 para assento em trens comuns; couchette a partir de US$29, e leito de US$78 a US$160. Há a possibilidade de serem feitas no Brasil mesmo, pagando então um adicional de comunicação de US$10 pelo total de reservas solicitadas. Os trens de alta velocidade e poucas paradas (TGV na França, AVE e Talgo na Espanha, ICE na Alemanha, X-2000 na Suécia, Eurostar na Inglaterra e Itália, Thalys na Europa Central), exigem reservas ou suplementos, quando não ambos. Outros trens rápidos (porém menos do que os citados são acima) são os EC (EuroCity) e IC (InterCity), circulando por toda a Europa e podendo dispensar a obrigatoriedade da reserva, apesar de muitas vezes, especialmente no verão, ser aconselhável. Já quando você for viajar em um trem com reserva obrigatória, é interessante fazê-lo, pois o condutor pode lhe cobrar um valor 3 vezes maior do que pagaria se tivesse reservado na estação. Claro, você pode contar uma dramática história de como não conseguiu efetuar a sua reserva e acabar pagando o mesmo. Também é possível que ninguém venha conferir passagem alguma. Enfim, este é um risco que - agora você sabe - está correndo. Trens noturnos costumam dispensar a obrigatoriedade da reserva (para assentos normais). Dentro do país, reserva-se em estações de trem para viagens a qualquer cidade.

- Fique atento à estação em que você tem que descer. Muitas cidades têm mais de uma servindo a diferentes destinos. Chegando na cidade, não pule na primeira parada em que você vir "Hamburgo", por exemplo - esta pode não ser a estação central. E mais: a estação de trem por onde você chegou pode não ser a mesma por onde você deve partir, confira sempre.

- Plataforma correta, trem correto - porém você estava indo a Zurique e chegou em Salzburgo. Moral da história: há vagões com diferentes destinos no mesmo trem, que se separam no decorrer da viagem. Certifique-se de que você está entrando no carro certo; normalmente há, nestes casos, uma identificação junto à porta ou na lateral do veículo informando suas paradas e destinos.

- Enquanto alguns países da América do Sul simplesmente ignoram a existência de trens como um eficiente meio de transporte, os mesmos vão se sofisticando na Europa. Restaurantes, vagão de recreação infantil e até cinema podem ser encontrados. Mais comum, lanchonetes e carrinhos com bebidas e snacks podem estar disponíveis. Não espere, porém, precinhos amigos. Para longas viagens, uma idéia boa e econômica é um abastecimento em algum supermercado europeu.

Ônibus

Eurolines (www.eurolines.com) é a principal companhia cobrindo as mais importantes cidades européias. Empresas regionais fazem trajetos entre cidades de um mesmo país. Os ônibus não são tão confortáveis ou rápidos quanto os trens, mas certamente são mais baratos. Eventualmente é a única opção em áreas onde não há trilhos, em regiões montanhosas, inóspitas ou vilarejos. Se você planeja viajar à Europa de ônibus, antene-se para alguns detalhes:

- Muitas companhias/trajetos podem oferecer algum desconto para menores de 26 anos ou estudantes. Caso você se enquadre nestas categorias, pergunte antes de comprar sua passagem.

- Ida-e-volta (return ticket) pode sair bem mais em conta do que um trecho único (single ticket). Se você planeja retornar ao ponto de partida, confira.

- Existem passes de ônibus para o continente. Bem menos extensos que os de trem, costumam ser limitados a capitais e principais cidades européias e, portanto, mais acessíveis no preço. Informe-se nas estação de ônibus dos países.

- Rotas rodoviárias circulares são provavelmente as viagens mais vantajosas, como percursos começando e terminando numa mesma cidade, geralmente Londres. Assim você pode fazer, por exemplo, Londres-Amsterdam-Paris-Londres ou mesmo distâncias maiores como Londres-Budapeste-Praga-Londres, por preços bem em conta.

Avião

Sempre é uma mordomia. Na Europa, porém, perde-se o prazer de saborear a paisagem que um trem ou transporte rodoviário proporciona. Vale para a economia de tempo. Passagens aéreas, não raro, podem ser mais baratas do que se imagina. Aviões estão perdendo passageiros para os demais meios, obrigando suas companhias a inúmeras promoções. Informe-se sobre as tarifas - você pode ter uma agradável surpresa - especialmente naquelas menos conhecidas, que você só encontra por lá mesmo.

Empresas como Ryan Air (www.ryanair.com) e Easy Jet (www.easyjet.com) têm tarifas (bem) mais baixas, fazendo viagens curtas dentro da Europa. Estas empresas seguem a tendência mundial da redução de tarifas, compensando com corte de gastos, vôos sem muita sofisticação e com um escasso ou nenhum serviço de bordo. Também costumam utilizar aeroportos secundários e normalmente mais isolados, às vezes pouco servidos por meios de transporte até a cidade. A diferença de preço para um bilhete de trem ou de uma companhia aérea tradicional pode ser significativa mas, com todos os inconvenientes, pode não valer tanto a pena - exceto, claro, quando você descola uma passagem Londres-Estocolmo por £1 - ou pouco mais de 5 reais!

Algumas empresas podem reduzir o preço de suas passagens momentos antes do embarque, quando o avião não está cheio. Vale conferir. Mas não esqueça de outros custos, como translado aos aeroportos e taxas de embarque.

Barco/Ferry

Reino Unido, Irlanda, Escandinávia, Grécia. Se você não estiver voando ou em uma rota terrestre mais excêntrica (Suécia via Finlândia pela Rússia, Grécia via Iugoslávia ou Bulgária) ou mais cara (Eurotúnel de Paris ou Bruxelas para Londres), cruzará alguns dos mares europeus. Caso você seja do tipo que sofre de enjôos, há compensações. Os ferries, com restaurantes, jogos e free-shops, são suficientemente bons para que você nem se lembre de chamar o Hugo. Hovercrafts e jetfoils, outros tipos de embarcação, quando disponíveis, não têm os serviços de um ferry, mas a viagem é bem mais rápida - e cara. O seu passe de trem pode tanto lhe garantir a travessia de graça (Dinamarca-Suécia, Suécia-Finlândia) como algum desconto (Inglaterra-França, Itália-Grécia).

Carro

Viajar de carro, como tudo, tem seus prós e contras. É uma boa quando se pensa na possibilidade de parar em qualquer cidade a qualquer momento com total liberdade de percurso. Algumas regiões européias são particularmente mais interessantes de serem exploradas desta maneira. As rodovias costumam ser bem conservadas, iluminadas e eventualmente com uma velocidade máxima bastante flexível. Economicamente é uma opção realmente vantajosa se você estiver viajando em grupo, rachando despesas.

Entretanto, conforme a viagem, dirigindo você pode aproveitar menos e até beirar o stress. Diferente de perder o seu olhar sentado à janela de um trem, você tem uma visão focada, às vezes preocupado com as placas de sinalização e mapas rodoviários. As espaçosas highways onde normalmente se dirige nem sempre oferecem a paisagem dos estreitos trilhos de trem, hábeis para contornar montanhas e relevos acidentados. Motorizado, não é difícil você ficar um bom tempo dentro de túneis. Mas a incomodação mesmo pode rolar se você entrar em grandes cidades como Roma, Paris ou Londres (esta com a direção invertida, aliás), onde você não conhece o trânsito e nem suas regras. Pese os dois lados e decida - ou equilibre sua viagem com transportes distintos.

Para locar um veículo, o mais em conta é reservar no Brasil. Com sorte, você pode conseguir um carro superior ao solicitado, caso o mesmo esteja em falta na hora da retirada. Sempre é possível pegar o veículo em um país e devolvê-lo em outro, mas atenção: retirar na Holanda e devolver na Espanha, por exemplo, pode implicar taxas mais caras que sua passagem aérea. Informe-se sobre as barbadas da temporada. Geralmente os carros na Alemanha, seguido pela França, são os que oferecem mais promoções. Locadoras exigem idade mínima de 21 anos e algumas até 25, além da posse de um cartão de crédito internacional para a locação. Outros itens que você deve avaliar são preço por quilômetro rodado, seguros e impostos obrigatórios, taxa para um segundo motorista e devolução ou retirada em aeroportos. Lembre-se também de despesas adicionais como gasolina, pedágio e estacionamento, sem contar com eventuais multas. As maiores locadoras têm escritórios no Brasil.

Carona

Aventureiro, arriscado, divertido, econômico, perda de tempo. Todos têm sua definição para caronas (hitchhike, em inglês) e na Europa é amplamente praticado - sendo mais fácil conseguir na Holanda, Alemanha, Bélgica, Irlanda, Suíça, França e Itália. Considerando que, evidentemente, há um risco maior que um transporte convencional, não aconselhamos exatamente - mas enfim, sempre foi uma alternativa a viajantes mais descolados. As mulheres sabem que, de certa forma, estão mais expostas e, neste caso, seria legal não estarem sozinhas. Pra quem encarar, observe que em muitas rodovias é ilegal, considerando dificuldades e perigos de parar um carro. Algumas dispõem de espaço para caronistas, sinalizadas numa placa com a universal mãozinha pedindo carona. Menos aventureiro, arriscado e econômico são as caronas agenciadas. Muitas cidades européias (a Alemanha inteira praticamente) têm uma central de caronas, que combinam motoristas com viajantes. Você paga uma parte à agência e outra ao motorista. Listamos algumas nos itens de transporte dos países que oferecem este serviço.

Nas Cidades
Metrô

É o meio de transporte mais rápido de uma cidade grande. Inicialmente seu funcionamento pode parecer de outro mundo, mas em alguns dias ou andadas você já vai se sentir íntimo. Não se esqueça, porém, de que você não é tatu. E cuidado, espertinhos: muitas cidades dispensam catracas, o que não quer dizer que não haja fiscalização. Talvez os caras ganhem mais cobrando multa de penetras do que controlando na entrada - e eles estão acostumados com turistas bobinhos que não entendem o idioma e nem sabiam que "puxa, tinha que ter passagem, é?!".

Ônibus

A idéia final do texto anterior também vale para ônibus. Sem catraca, possivelmente, você deva pagar direto ao motorista. Mais lento que o metrô, tem uma grande e suficiente vantagem: você enxerga a cidade. Grandes centros podem disponibilizar ônibus noturnos, que ficam circulando durante toda a madrugada.

Trem/tram/bonde

Trens na cidade costumam levar à periferia ou às cidades próximas. Trams ou bondes, quando existentes, podem ser uma ótima forma de passear e se locomover driblando as agruras do trânsito. A propósito: aquele texto ("espertinhos...") continua valendo.

Táxi

Se você quiser tomar um táxi e estiver preocupado com o valor final do taxímetro, não hesite em perguntar ao motorista quanto deve custar aproximadamente até tal destino. No Leste Europeu ou na Grécia, onde táxis são mais baratos, é possível que "o taxímetro esteja quebrado". Exija que o mesmo volte a funcionar naquele momento, ou ao menos combine bem o preço, e sinta-se à vontade para pechinchar.

Bicicleta

Para ciclistas profissionais e amadores, é uma ótima forma de conhecer a cidade. Em Amsterdam e Copenhague é o meio de transporte mais popular, com vários postos de locação de bicicleta pelas cidades. Quando não achar onde alugar, informe-se no Tourist Information local. Quanto mais tempo ficar (dias, semana), mais barato sai. Normalmente um depósito pode ser solicitado como garantia.

Caminhando

Este é o nosso transporte favorito: prático, barato, saudável. E, com raras exceções, é ótimo ser respeitado em faixas de segurança, mesmo que não haja sinal/semáforo/sinaleira. Para as Londres cujas ruas têm o sentido diferente de Barbacena, olhe para os 5 lados.

União Européia
Parcerias entre países europeus não são novidade, especialmente após o final da 2ª Guerra Mundial, quando suas economias estavam devastadas e era necessário fazer frente aos EUA e à União Soviética, que se impunham como grandes potências. Originalmente foi criada a Comunidade Econômica Européia, em 1958. A União Européia (UE) que se vê hoje, porém, teve sua origem formalizada em 1992, com o Tratado de Maastricht; atualmente conta com 25 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suécia, que já integravam o bloco, acrescidos de mais dez desde maio de 2004 - Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca.

Entre os atrativos para fazer parte do seleto grupo estão a cidadania única aos seus habitantes, os mesmos direitos que teriam em seu próprio país, um mercado interno e sistema bancário comuns, expresso numa moeda própria - o euro - além de um incentivo financeiro concedido aos países menos afortunados. Este último fator é dos mais cobiçados. Nações mais pobres do continente que passaram a fazer parte da UE, como Portugal ou Grécia, receberam pesados financiamentos, chegando a triplicar a sua renda per capita ou manter um crescimento econômico sistemático. É a boquinha com que sonham os novos e também os futuros integrantes do bloco.

Euro
A moeda da União Européia, representada pelo símbolo €, nasceu em 1° de janeiro de 1999 como um valor de referência, funcionando apenas para transações virtuais. Como papel-moeda o euro surgiu no início de 2002, quando passou a circular na Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, substituindo no mesmo ano a moeda de cada país. O novo dinheiro europeu circula em notas de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 euros. As moedas são de 1 e 2 euros e 1, 2, 5, 10, 20 e 50 eurocents, os centavos. Nem todos os integrantes da UE o adotaram, caso do Reino Unido, Dinamarca e Suécia, que, por decisão de seus governos e com o apoio de sua população, mantiveram respectivamente a Libra Esterlina, a Coroa Dinamarquesa e a Coroa Sueca. Os novos integrantes de 2004 também não estão adotando. Vale lembrar que Noruega, Suíça e outros países do Leste Europeu sequer são membros da UE.

Na prática, os europeus fortificaram a sua economia, com o euro valendo até mais do que o dólar americano. Para nós, brasileiros, está mais fácil viajar de um país a outro, dispensando os chatíssimos câmbios de moeda cada vez que se entra/sai de um país. Porém, a Europa tornou-se um pouco mais cara para nós. Os países, de certa forma, tentaram nivelar suas diferenças econômicas (encarecendo os mais baratos, como Portugal e Grécia), e com a conversão da moeda local para o euro, muitos estabelecimentos comerciais arredondaram para cima os seus preços, eventualmente até se aproveitando para um pequeno aumento. É, não é só brasileiro que faz isso...


Câmbio
Você não precisa trocar sua grana nos países que operam com o euro se sair do Brasil com esta moeda, o que é uma grande vantagem. Nos demais, porém, você vai continuar precisando converter seu dinheiro na moeda local, considerando que não esteja com ela em mãos. Casas de câmbio, bancos e hotéis fazem isto, tirando a parte deles, é claro. O mesmo serve para o caso de você trazer dólares de casa.

Bancos e casas de câmbio, além do valor da cotação (também conhecido por taxa de câmbio, não confundir com a taxa de comissão), ganham por meio de taxas e comissões, apesar de estas não existirem obrigatoriamente. Se você quer brincar de banco imobiliário, o objetivo é o seguinte: trocar xis de dinheiro pela melhor cotação com a menor taxa e comissão possível. Fácil? Nem tanto. Complicado? Também nada desesperador. Quando existe taxa (ou comissão fixa), você a paga pela troca, independente do valor que está cambiando. A comissão, se houver, é normalmente um percentual atrelado ao valor da transação.

Se a troca for um valor alto, o ideal é que a cotação (rate, em inglês) de sua moeda seja boa, com uma taxa (a comissão fixa que vão descontar) pequena ou razoável, ainda que existente (que é minimizada com uma transação maior), porém comissão zero. Já se você for trocar uma quantia pequena, sua moeda pode até não ter a melhor cotação do mercado; o importante, porém, é que não haja taxa de desconto mínimo (que é fixa, independente do valor da transação) - que pode acabar comendo todo o seu dinheiro. Neste caso, é mais interessante que para este câmbio lhe fosse cobrado (já que vão cobrar) uma comissão (percentual), que não será tão grande, pois estará atrelada à pequena quantia que você estiver trocando.

Caso a troca exija uma taxa mínima de desconto, procure cambiar o suficiente para não repetir a transação, caso contrário, você vai fazer mais uma doação ao banco. Hotéis e outros estabelecimentos muitas vezes não cobram taxas nem comissões, mas o valor que oferecem pela sua moeda pode ser vergonhoso. Antene-se. Há valores de compra e venda para uma série de moedas; veja a sua em questão. Você a estará vendendo, e comprando a local. O quê? Você nunca gostou de jogar banco imobiliário? Ok, na verdade você não está indo à Europa para isso. Pesquise, se houver condições, duas ou três casas ou bancos, compare e troque logo o seu dinheiro na mais em conta. Mais fácil talvez seja perguntar quanto eles fazem por determinada quantia. (Quantos euros/libras/francos suíços valem 50 dólares? Ou How much do you give me for 50 dollars?). E mude de brincadeira!

Dinheiro
Travel-cheques (TC), como o nome diz, são cheques de viagem. É o dinheiro mais seguro que você pode ter. Para trocar no país, você precisa apresentar o seu passaporte (é uma boa idéia, portanto, não guardar os dois juntos) e assinar cada folhinha que for cambiar. Cada cheque é numerado. Em caso de roubo ou perda você é ressarcido, contanto que tenha guardado a numeração dos mesmos. Os contras são uma ligeira dificuldade que você pode ter para trocá-los (restritos basicamente a bancos e casas de câmbio) e uma maior taxa ou comissão que você pode sofrer. Estes, no entanto, não costumam ser uma diferença absurda e podem até mesmo não existir, principalmente quando o banco ou câmbio for o mesmo de seus travels. São bastante populares os TC do Citibank, Visa, American Express e Thomas Cook (Inglaterra), entre outros.

Mesmo levando travel-cheques, sempre é bom ter algum cash -, dinheiro em papel-moeda, inclusive em pequenos trocos. São moedas fortes na Europa: o euro, a libra ou pound inglês e, é claro, o dólar americano.

Cartões de crédito internacional são amplamente aceitos, e é sempre uma segurança levá-los. É o seu dinheiro de plástico a comprar na Europa e pagar no Brasil. As empresas mais conhecidas que oferecem o serviço são MasterCard, Visa, American Express e Diners. O cartão de crédito também facilita bastante por permitir que você saque uma grana na moeda local em caixas automáticas de rua (ATMs), muitas vezes com taxas ou cotações de conversão que realmente compensam a transação. Informe-se sobre isso com a sua operadora do cartão. E durante a viagem, lembre-se de mantê-lo bem guardado pra evitar maiores transtornos.


Comunicação
Da Europa você pode ligar para o Brasil pagando por lá ou a cobrar. Pagando você mesmo, o custo é de acordo com a tarifa do local onde estiver (para ligações internacionais). Você coloca um monte de moedinhas ou cartão, que, entre essas duas opções, até pode sair mais barato. O telefone é 00 + 55 + prefixo da cidade + número do telefone. Ligando do Brasil à Europa, o número é 00 + código da operadora brasileira (21/Embratel ou 23/Intelig ou 25/GVT) + código do país + código da cidade + número do telefone.

Já as empresas brasileiras de telefonia móvel têm planos que habilitam o uso do telefone celular no exterior, cobrindo boa parte do mundo. Verifique com as companhias para mais detalhes sobre alcance, valores e modalidades.

Ligando a cobrar
Para ligar a cobrar da Europa, você pode utilizar os serviços do país, no caso uma operadora de "international calls" que muito sensatamente falará inglês além do idioma local e cujas instruções devem estar afixadas junto ao telefone. Outra opção é ligando via operadora brasileira. Apenas a Embratel oferece o serviço, até o momento.

A seguir informamos os telefones a que se deve ligar de acordo com o país em que estiver. Completada a ligação, uma gravação vai pedir para você optar entre três possibilidades: 1) DDI; 2) cartão; 3) operador. Ligando direto ou DDI você se identifica com o nome e o seu receptor, que vai saber que a ligação é a cobrar, tem um segundo para recusar. A opção 2 é o cartão para ligações telefônicas internacionais que você adquire em postos da empresa, cujos custos da ligação, independente do destino, cairão em sua conta telefônica no Brasil. Na última opção, uma operadora vai completar a ligação.

Os custos de cada possibilidade variam conforme o país onde você estiver e o horário da ligação. Via DDI, em geral, é um pouco mais barato que pela telefonista, e você vai dar uma economia maior aos seus pais se ligar entre 20h e 5h ou em qualquer horário nos domingos e feriados, dia e hora do Brasil.

Para ligar a cobrar de cada país:
Alemanha 0800-080-0055
Áustria 0800-200-255
Bélgica 0800-100-55
Dinamarca 800-100-55
Espanha 900-99-0055
Finlândia 0800-11-0550
França 0800-99-0055
Grécia 00-800-5511
Holanda 0800-022-0655
Hungria 068-000-5511
Irlanda 1-800-457-457
Itália 800-172-211
Luxemburgo 0800-0055
Noruega 800-19-550
Polônia 00-800-55-111-00
Portugal 800-800-550
Reino Unido 0800-89-0055 ou 0800-056-7442
Rep. Tcheca operadora local
Suécia 0207-99-055
Suíça 0800-555-251

Internet
A esta altura do campeonato você já deve ter, no mínimo, uma conta de e-mail. Pois bem, não há capital ou vilarejo que não tenha um cyber café ou posto de internet disponível. Também estão se popularizando máquinas de internet, como cabines de telefone, implementadas em shoppings, centros de informações turísticas, estações de trem, hotéis e albergues. Entretanto, estes locais são ideais para rápidas consultas de e-mail, já que seu minuto nem sempre é barato, além de um possível teclado mais do que bizarro. Para navegar e teclar com mais tempo e economia, os cyber cafés ainda são mais aconselháveis, mesmo que você não tome um gole de café ou água mineral. Uma barbada são as bibliotecas, freqüentemente disponibilizando acesso gratuito de várias cidades européias.

Pesos e Medidas
No Brasil comprar roupas já é uma confusão. Num lugar é P, M e G. Aí em outro já é 46, 48, 50... que podem equivaler ao XL, XXL, XXXL... Feliz de quem sabe sempre o seu número! Como querer que na Europa seja tudo igual ao que é diferente? As variações são de país para país, de roupa para roupa, de confecção para confecção. O melhor que você tem a fazer é experimentar ou usar um bom "olhômetro".

Mais importante é saber as medições, que podem ser diferentes das nossas.

Pesos
1 pint = 0,5679 litros
1 galão (galon) = 4,546 litros*
1 onça (ounce, OZ) = 28 gramas
1 libra (pound) = 0, 454 Kg
1 Kg = 2,20 pounds

*Reino Unido

Medidas
1 polegada (inch) = 2,54 cm
1 pé (foot) = 30, 48 cm
3 pés (feet) = 1 jarda
1 jarda (yard) = 91,44 cm
1 metro = 3,28 pés
1 milha (mile) = 1,609 Km
1 acre = 4047 m²
1 hectare (HA) = 10.000 m²

Temperaturas

Celsius 40° 35° 30° 25° 20° 15° 10° -5° -10° -15° -20° -25°
Fahrenheit 104° 95° 86° 77° 68° 59° 50° 41° 32° 23° 14° -4° -13°

De °F para °C
°C = (°F - 32) x 0,56

De °C para °F
°F = (°C x 1,79) + 32


Saúde
Você não está viajando para um local que precise de precauções especiais ou dezenas de vacinas. Coma bem, beba bastante água (fundamental no verão - trate garrafinhas plásticas de água como seu combustível, o que, de certa forma, é), durma legal, caminhe, mantenha sempre o bom astral e dificilmente você terá qualquer problema.

O que pode ser mais comum durante a viagem:

- Jet Lag - É quando você atravessa mais de três fuso horários de avião num espaço de tempo relativamente curto. A diferença de horário pode causar um certo desconforto, o que pode ser acentuado por você não ter dormido ou descansado durante o vôo. Isso é bastante normal e em dois ou três dias deve passar. Para evitar ou minimizar, procure relaxar no dia anterior ao da viagem - e no posterior também, sem parecer que seu primeiro dia é o último. Já no país, procure se adaptar gradualmente ao seu horário, e não haja como se ainda estivesse vivendo na hora de São Paulo.

- Gripe - Uma brusca diferença climática pode provocar um resfriado ou rinite alérgica. Você já teve no Brasil e os procedimentos na Europa são os mesmos: vitamina C, repouso, cuidados. Ok, você quer ver a Torre Eiffel, mas também quer fazer mais um monte de coisas, então vá devagar.

- Dor de cabeça - Você pode trazer seus analgésicos, mas também pode comprar por lá, sem dificuldades (Aspirin em inglês).

- Doenças gastrintestinais - Alguns temperos podem lhe parecer estranhos ou alguma comida pode eventualmente não lhe cair muito bem. Não é incomum, portanto, ter diarréia, vômito e mesmo febre. Se você não trouxe nenhum medicamento do Brasil para isto, melhor aguardar um ou dois dias com refeições leves, bebendo muita água, e num pique de doentinho mesmo, descansando. Se o problema persistir ou parecer mais grave, não hesite em procurar um médico.

Leve alguns medicamentos básicos do Brasil; na Europa você não compra sem receita médica - e a prescrição de seu médico de Florianópolis não vale. Leve camisinhas, lá também tem aids. Aparentando problemas mais sérios, procure um médico. Já falamos do seguro-saúde, se achar necessário, faça valer o seu investimento. Se você não o fez, nem pense em economizar com a sua saúde - isto pode ser a verdadeira roubada de sua viagem. E a grande barbada? Manter-se saudável.


Segurança
Falar de segurança na Europa para nós, brasileiros, é quase piada. De qualquer forma, existe, claro, roubo, crime, estelionato, corrupção... Não vamos pensar que por estarmos no chamado Primeiro Mundo não existem problemas que, dizem, existem em Terra Brazilis... Faça cópia de seus documentos, e os mantenha com você e/ou com alguém no Brasil. Identifique sua bagagem com seu endereço (com fone e e-mail) e, se possível, de algum contato no continente europeu. Tudo é apenas precaução. Em geral, não costuma haver maiores problemas aos viajantes (antenados), inclusive para mulheres que viajam desacompanhadas.

Levando dinheiro
Travel-cheques são mais seguros, mas ainda assim devem ter seus cuidados. Sua grana, assim como seu passaporte, passagem aérea e passe de trem são seus maiores bens, depois de sua saúde, é claro. Portanto, não bobeie. Neste sentido, temos uma única e veemente recomendação: guarde todos esses valores "dentro de você", em carteiras ou cintos que ficam junto à sua roupa de baixo. Existem ainda bolsinhas que ficam dentro da camisa; preferimos, porém, as que ficam junto a calcinhas e cuecas. É incômodo? Até pode ser, mas é um preço pequeno que se paga pela segurança e tranqüilidade. E que fique com você sempre, como se fosse parte de seu corpo, inclusive para dormir e tomar banho (aí você deixa junto ao chuveiro sob sua visão). O dinheiro do dia-a-dia pode ficar numa bolsinha ou pochete (nossa favorita). O que você deve guardar internamente são aqueles bens que não estarão sendo movimentados toda hora. Apesar de não serem tão comuns, roubos e perdas ocorrem, e é uma grande dor de cabeça que pode ser evitada ou prevenida. Nosso recado está dado.

Mulheres viajantes
Sozinhas ou não, meninas, garotas e gurias viajantes são tão numerosas quanto o amado e odiado sexo oposto. Mesmo estando completamente desacompanhadas, é comum e seguro. Claro, devem ser tomadas algumas precauções, como evitar andar à noite em lugares suspeitos ou não dormir em locais desertos. Em países como Itália ou Grécia, pode-se ouvir certas cantadas, tudo geralmente na boa. Você sabe o quanto pode ir adiante. Caso se sinta pouco confortável, não hesite em chamar a atenção de outras pessoas ou mesmo ir à polícia, que normalmente está próxima a atrações turísticas. Raramente, porém, ouvimos relatos de brasileiras ou viajantes que tiveram problemas na Europa. Às meninas que aqui nasceram, avisamos: italianos amam brasileiras. O resto é com você.

"My friend"
Não dê muito ouvidos para quem na rua começa a puxar um papo assim com você. Podem estar lhe oferecendo um lugar para dormir, uma volta de táxi, troca em câmbio negro e mesmo haxixe. Os caras não são perigosos, são apenas chatos. Alguma boa acomodação pode até surgir. Se lhe parecer interessante, escute a meio-ouvido, sem demonstrar grandes emoções. Com um mínimo de confiança, você pode dar seqüência na conversa e acabar descobrindo uma grande barbada. Na dúvida ou insegurança, fique na sua. Mas não confunda as coisas. Não deixe de conversar e conhecer outros viajantes, assim como o povo local. Isso faz parte de sua viagem e é uma das experiências fundamentais de um verdadeiro viajante.

Roubos
No caso de alguma zebra, vá ao posto policial mais próximo e registre sua queixa, guardando a ocorrência. O delito mais comum a viajantes é o roubo de carteira. Ouve-se falar, eventualmente, de malas e mochilas extraviadas em hotéis ou albergues, roubos em trem, assaltos em/ou após boates. Onde há multidões de turistas, sempre haverá pivetes de olhos em carteiras, ainda que bem vestidos ou falando inglês, italiano ou francês. Fique atento. Já falamos de como guardar toda a sua grana, mas o dinheiro que você manuseia freqüentemente pode estar numa pochete à sua frente (e não atrás). Sua mochila estando à solta num quarto de albergue está sujeita, sim, a ser roubada ou revirada. Isto, entretanto, raramente acontece, pois "viajantes" imaginam que você não tem nada de valor ali. E é exatamente assim que deve ser. Nunca vão mexer em sua bagagem atrás de cuecas usadas ou meias chulezentas. O que você tem de mais importante, já falamos também, deve estar com você. Mas há outra boa opção: guardar em lockers (armários de diversos tamanhos, com chave, cartão ou senha, normalmente de €2 a €5 por dia ou turno) existentes em alguns albergues ou em quase todas as estações de trem ou, ainda, para itens menores, deixar em cofres de hotéis ou albergues. Roubo em trens são incomuns, mas precauções sempre devem ser tomadas. Mantenha seus pertences sob seu olhar, ao menos sua mochilinha de mão. Histórias com gases paralisantes ou soníferos podem ser ouvidas, mas realmente é algo muito difícil. Se ficar numa cabine com pessoas suspeitas e sem bagagem, mude de lugar, principalmente à noite. Procure estar com suas coisas quando o trem fizer paradas. Roubos dentro de boates ou clubs podem acontecer como em qualquer lugar. Algumas histórias são relatadas de jovens que após uma noitada saem com belas loiras européias e acabam sendo roubados por seus amiguinhos. Quanto a isto, apenas uma observação: seja esperto!

Seja esperto!
Enfim, tudo são pequenos cuidados. 99% dos viajantes na Europa não tem qualquer problema; 0,9% tem sua carteira roubada, o que, por mais inconveniente que seja, pode não significar nada em uma viagem excepcional. O 0,1% restante é quem pisa na bola mesmo, o que não deverá ser o seu caso, que já sabe onde guardar o seu dinheiro e outros valores. Precauções, sim. Neuroses, não. Que fique entre a gente, mas, genericamente, para nós, brasileiros, pós-graduados em segurança pública, a Europa é quase passear no jardim de infância. Não dê bobeira e você terá uma inesquecível experiência sem qualquer stress.